Economia cresce 6,5% este ano e 1,3% no próximo
O Governo reviu em alta de 1,6 pontos percentuais a previsão de crescimento do PIB deste ano para 6,5%, estimando uma desaceleração para 1,3% em 2023, segundo a proposta de Orçamento do Estado para 2023 (OE2023).
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Economia OE2023
Alguns destes números já tinham sido avançados pelos partidos na última sexta-feira, após a reunião com o executivo para apresentação do cenário macroeconómico.
A previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano representa uma melhoria face aos 4,9% projetados no Orçamento do Estado para 2022 (OE2022), mas o ministro das Finanças já tinha sinalizado em setembro que estava a trabalhar com um cenário de crescimento acima dos 6%, ficando em linha com as previsões da generalidade das instituições nacionais e internacionais, justificado com uma melhoria do consumo privado e das exportações.
Para este ano, o Conselho das Finanças Públicas (CFP) e o Banco de Portugal (BdP) preveem um crescimento de 6,7% e a Comissão Europeia de 6,5%.
Já a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento estima uma expansão do PIB de 5,4% e o Fundo Monetário Internacional, que irá atualizar a previsão esta semana, de 5,8%.
Já para o próximo ano, o CFP prevê 1,2%, o FMI e a Comissão Europeia 1,9%, a OCDE 1,7% e o BdP 2,6%.
O Governo explica que, a justificar a previsão de crescimento para este ano está, apesar de uma estabilização em cadeia prevista para os dois últimos trimestres do ano, o contributo positivo da procura interna (4,4 pontos percentuais -p.p.), "resultado do dinamismo do consumo (privado e público) e do investimento, reforçado pelo contributo da procura externa líquida (2,2 p.p.), com as exportações a crescerem significativamente acima das importações (18,1% e 12%, respetivamente)".
Já para 2023, o executivo espera um crescimento assente num maior dinamismo do investimento (3,6%), devido ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), ainda que admita que o crescimento do investimento empresarial sofrerá o impacto do aumento da incerteza, pelo aumento dos custos de financiamento e pelo impacto continuado das restrições nas cadeias de produção e distribuição globais nos custos e oferta de materiais e equipamento.
A previsão de crescimento de 1,3% representa um corte de dois p.p. face às previsões inscritas no Programa de Estabilidade, refletindo a expectativa de um crescimento inferior em todas as componentes do PIB, à exceção do consumo público, face ao inscrito nesse cenário.
Para o próximo ano, o Governo espera assim uma taxa de crescimento de 0,7% do consumo privado, de 2,3% do consumo público, de 3,6% do investimento, de 3,7% das exportações e de 4% das importações.
[Notícia atualizada às 14h55]
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