Governo vai atualizar estratégia da Inteligência Artificial

O Governo vai promover no próximo ano "a atualização da estratégia" da inteligência artificial (IA) à luz de novas realidades e operacionalizar o apoio a projetos de estímulo à transição digital usando a receita do leilão do 5G.

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Lusa
10/10/2022 17:30 ‧ 10/10/2022 por Lusa

Economia

OE2023

Esta informação consta da proposta de Orçamento do Estado para 2023 (OE2023) hoje entregue no parlamento pelo ministro das Finanças, Fernando Medina.

"É, pois, fundamental acompanhar a regulação de matérias como a proteção de dados e as tecnologias disruptivas, como o 5G e a Inteligência Artificial, e promover a capacitação das entidades públicas e privadas para a cibersegurança", refere o executivo.

Em termos regulatórios, "procederemos à adoção e/ou atualização das estratégias relevantes para a implementação de mecanismos de digitalização e de modernização do setor público, da economia e da sociedade em geral, numa lógica transversal e sistemática", lê-se no documento.

No que respeita à estratégia de IA, "no ano de 2023 promoveremos a atualização da estratégia sobre a inteligência artificial, à luz das novas realidades geopolíticas e técnico-jurídicas".

A atual estratégia "assenta em sete eixos essenciais, dos quais destacamos a modernização da Administração Pública, incentivando-se soluções inovadoras de simplificação administrativa, reforçando as capacidades do setor público em relação à inteligência artificial e à ciência de dados, continuando, portanto, a fomentar a colaboração entre entidades do setor público, empresas e unidades de investigação", acrescenta o Governo, no documento.

Em termos de 5G, "salientamos que o Governo pretende operacionalizar o apoio a projetos de estímulo à transição e inclusão digitais, utilizando a receita proveniente do procedimento de atribuição do espectro radioelétrico para a rede" de quinta geração móvel.

No que respeita à estratégia 'cloud' na Administração Pública, recorda-se que a Estratégia para a Transformação Digital da Administração Pública 2021-2026 "assumiu um compromisso com a adoção de soluções de computação em nuvem, num formato de 'cloud' pública que garante a soberania e a segurança dos dados".

A opção estratégica "visa aproveitar os benefícios deste tipo de tecnologia através de ganhos de eficiência na gestão dos recursos disponíveis, que se refletem em redução de custos e numa maior flexibilidade de soluções informáticas", acrescenta.

Já no que respeita à estratégia de 'blockchain', na sequência do trabalho já feito, "procederemos à conclusão da estratégia para as matérias" deste âmbito, "de modo a potenciar as soluções e serviços utilizadores destas tecnologias em diferentes setores de atividade, incluindo o setor público", refere o Governo.

Esta estratégia "pretenderá acomodar as necessidades e potencialidades de investimento público e privado, bem como de segurança e fiabilidade dos serviços públicos, de forma concertada com as matérias de inteligência artificial, segurança da informação e cibersegurança", explica o executivo.

Em termos de estratégia de 'smart cities' (cidades inteligentes), o Governo adianta que vai continuar com a estratégia nacional neste âmbito e respetivo plano de ação, "para acelerar a transição digital através da adoção de tecnologia na gestão e coesão do território, promovendo ainda um diálogo direto e cooperativo com a Administração local e regional".

Assim, "pretende-se territórios inteligentes e conectados que potenciem um maior desenvolvimento económico e cimentando o papel de Portugal como líder digital", lê-se no documento.

Em termos de estratégia de dados abertos, "em conexão com as matérias de 'cloud', IA, 'blockchain' e 'smart cities', procederemos à conclusão da estratégia de dados abertos, para identificar iniciativas concretas de promoção da partilha e reutilização de dados".

Para o efeito, "é necessário catalogar, conhecer e gerir os dados, com a qualidade necessária para a sua reutilização, garantindo que não criam, excluem ou discriminam franjas da população, influenciando decisões de humanos ou sistemas IA que possam ser tomadas com base nos mesmos", adianta o Governo.

O OE2023 prevê que a economia portuguesa cresça 1,3% no próximo ano e registe um défice orçamental de 0,9% do Produto Interno Bruto (PIB).

O ministro das Finanças, Fernando Medina, afirmou que a proposta reforça os rendimentos, promove o investimento e mantém o compromisso com finanças públicas sãs num ambiente externo adverso de guerra na Europa e escalada da inflação.

O Governo visa reduzir o peso da dívida pública de 115% do PIB para 110,8% em 2023 e projeta que a inflação desacelere de 7,4% em 2022 para 4% no próximo ano.

A proposta vai ser debatida na generalidade no parlamento nos próximos dias 26 e 27, estando a votação final global do diploma marcada para 25 de novembro.

Leia Também: OE2023? "O que é responsável agora é prever uma possível recessão"

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