De acordo com a mais recente edição do estudo do Instituto Europeu de Patentes (IEP) e do Instituto da Propriedade Intelectual da União Europeia (IPIUE), "as indústrias portuguesas que fazem uma utilização acima da média da propriedade intelectual empregam uma percentagem mais elevada da população ativa do que a média europeia, mais concretamente 31% (representando 1,36 milhões de empregos), e geram 43,6% do PIB português".
Segundo um comunicado, que deu conta dos resultados do estudo, "entre estas indústrias incluem-se os têxteis e vestuário, produtos químicos, peças para automóveis e vinho", acrescentando que, "de todos os direitos de propriedade intelectual, as empresas portuguesas fazem o maior uso de marcas registadas (0,41 marcas registadas por 1.000 empregados, contra 0,05 patentes por 1.000 empregados) e indicações geográficas".
Por outro lado, "embora representem apenas uma modesta percentagem no total dos direitos de propriedade intelectual, as indicações geográficas contribuem mais para o PIB português do que em todos os outros países da UE (três vezes a média da UE), exceto no caso da Eslovénia. 91% do valor total de DPI (Direitos de Propriedade Intelectual) atribuídos ao vinho português corresponde à utilização de indicações geográficas (IG)", referiu a mesma nota.
De acordo com o documento, "Portugal atrai um número substancial de empresas estrangeiras para se dedicarem a atividades relacionadas com a propriedade intelectual, embora neste caso fique abaixo da média europeia".
Assim, "16,5% de todos os empregos portugueses em indústrias que fazem uso intensivo da propriedade intelectual são criados por empresas estrangeiras (abaixo da média de 21,6% da UE, mas comparável à Alemanha com 17,5% e França com 16,7%, e acima da Bélgica com 13,4%)", concluiu o estudo.
"A maioria destas empresas estrangeiras provém de dentro da UE (11,8%, um valor próximo da média da UE), e 4,8% de fora da UE (apenas metade da média da UE)", referiu.
Paralelamente, "na média da UE, as atividades que fazem uso intensivo do registo de patentes, marcas, desenhos ou modelos, entre outros, pagam salários significativamente mais elevados do que outras indústrias (mais 41%)", lê-se no comunicado.
O mesmo estudo concluiu que "o valor acrescentado por trabalhador é mais elevado nas indústrias que fazem uso intensivo de DPI do que em quaisquer outras".
Acrescenta que "o salário semanal médio nas indústrias com utilização intensiva de DPI é de 840 euros, comparado com 597 euros nas indústrias sem utilização intensiva de DPI", sendo que o acréscimo salarial é "de 34% em indústrias que utilizam intensivamente o registo de desenhos ou modelos, de 40% em indústrias que o fazem com marcas registadas, de 49% em indústrias com uso intensivo de direitos de autor e de 65% em indústrias com registo intensivo de patentes".
O relatório concluiu ainda que "as indústrias que fazem uso intensivo dos direitos de propriedade intelectual geraram 29,7% de todos os empregos na UE em 2017-19", o que "significa que os setores que utilizam patentes, marcas registadas, direitos de autor, registos de desenhos ou modelos ou indicações geográficas empregam diretamente mais de 61 milhões de pessoas na UE".
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