Centeno alerta para impacto de aumentos das margens das empresas

O governador do Banco de Portugal (BdP), Mário Centeno, alertou hoje para eventuais pressões nos preços associadas a subidas das margens de lucros das empresas, apelando a uma coordenação para diminuir a inflação.

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Lusa
19/10/2022 16:42 ‧ 19/10/2022 por Lusa

Economia

Crise/Inflação

A posição de Mário Centeno foi transmitida hoje no discurso de abertura da conferência "O Debate do Orçamento do Estado para 2023", organizada pela AESE Business School e pelo Fórum para a Competitividade, em Lisboa.

O governador do BdP salientou a importância de evitar que se materializem efeitos de segunda ordem associados à inflação, como uma espiral nos salários, mas também o impacto das margens de lucro das empresas.

"Da mesma forma que aumentos salariais se transmitem para os preços, as margens das empresas estão elas próprias amplamente refletidas nos preços", disse.

Mário Centeno assinalou que "se existir pressão sobre os preços vinda dos salários ou das margens de lucro não é a política monetária que determina os preços nos mercados".

"Era importante que nos conseguíssemos coordenar o suficiente para que quando os mercados reflitam o resultado dessa ligação na oferta e procura todos tenhamos em conta que a política monetária atua quase exclusivamente do lado da procura, é repressora da procura", frisou.

Mário Centeno defendeu mais uma vez a importância da política orçamental não anular os efeitos da politica monetária, à semelhança de outros responsáveis institucionais como os do Fundo Monetário Internacional.

Para o responsável do supervisor bancário é importante que a política orçamental não se torne pró-ciclica.

Já no Boletim Económico, divulgado este mês, o BdP defendia "uma coordenação dos agentes para preservar o regime de baixa inflação" de forma a evitar "a materialização de aumentos das margens das empresas e de salários geradores de pressões persistentes sobre os preços".

"A resposta de políticas nestas circunstâncias está bem definida. A normalização da política monetária prosseguirá, ao ritmo necessário para conter as pressões inflacionistas. A política orçamental deverá atender ao facto de os choques sobre os preços não afetarem da mesma forma todas as famílias ou empresas/setores de atividade", destacava o supervisor.

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