Faturas da energia. França quer consenso no alívio, Alemanha com dúvidas
O presidente francês prometeu hoje "criar unanimidade", enquanto o chanceler alemão expressou dúvidas sobre o método de conter os elevados preços da energia na União Europeia (UE), acentuados pela guerra da Ucrânia.
© Lusa
Economia Energia
O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, confirmou que os chefes de Governo e de Estado da UE concordaram em "trabalhar em medidas" para conter os preços da energia.
O chefe de Estado francês, Emmanuel Macron, disse que trabalhou intensamente com o chanceler alemão, Olaf Scholz, em discussões bilaterais, para obter um avanço na questão.
Macron, que se vai reunir novamente com Scholz na próxima semana, em Paris, disse que é o "papel da França criar unanimidade entre as posições".
As medidas incluem limites temporários aos preços de referência no gás e regras de solidariedade no bloco comunitário para disponibilização de gás a todos os Estados-membros em caso de emergência.
Emmanuel Macron disse que os mecanismos poderão ser implementados "no final de outubro, início de novembro". Os líderes europeus "enviaram um sinal muito claro de determinação e unidade aos mercados", acrescentou o francês.
A Alemanha e os Países Baixos tinham levantado dúvidas sobre os limites temporários aos preços de referência no gás natural, alertando que podiam prejudicar o fornecimento e incentivar o consumo
Numa concessão feita à Alemanha, o mecanismo terá de ser acompanhado de garantias para "evitar qualquer aumento do consumo de gás" e impedir que a UE subsidie eletricidade exportada para países vizinhos, incluindo Noruega, Reino Unido e Suíça.
Scholz sublinhou que as divergências estavam no método, não no objetivo. "Os preços do gás, do petróleo, do carvão devem cair. Os preços da eletricidade devem cair, e isso é algo que exige um esforço conjunto de todos nós na Europa", afirmou.
Numa conferência de imprensa, em Bruxelas, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que a proposta vai ser discutida na próxima semana, na terça-feira, pelos ministros da Energia" dos Estados-membros da UE.
Mas Olaf Scholz deixou claro que, se os ministros de Energia não chegarem a um acordo sobre uma versão final, será necessária uma nova cimeira de chefes de Estado.
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