Cabo Verde quer antecipar meta de 50% de energias renováveis

O primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, disse hoje que o país prevê antecipar a meta de 50% da produção de eletricidade a partir de energias renováveis prevista para 2030, face aos novos projetos em curso.

Notícia

© Lusa

Lusa
09/11/2022 12:25 ‧ 09/11/2022 por Lusa

Economia

Cabo Verde

"A transição energética será acelerada. Cerca de 40 MegaWatts de nova capacidade, solar e eólica será concluída em 2023", afirmou Ulisses Correia e Silva, na abertura do debate no parlamento, na generalidade, da proposta do Orçamento do Estado para o próximo ano.

"Com a Cabeólica foi assinado um memorando de entendimento para aumentar a capacidade de produção eólica no país, aqui na Praia, de 11 para 24 MegaWatts, o projeto estruturante da central de bombagem hídrica de Santiago está em preparação para funcionar em 2026", acrescentou.

As centrais térmicas garantem atualmente cerca de 80% da energia elétrica produzida em Cabo Verde, não tendo o país qualquer capacidade de refinação, importando esses combustíveis, fatura que disparou nos últimos meses devido à crise inflacionista provocada pela guerra na Ucrânia.

Segundo Ulisses e Correia e Silva, um "forte plano de eficiência energética, através de gestão e tecnologias eficientes, consumos mais eficientes e redução de perdas" vai ser implementado igualmente em 2023.

"Com os projetos solares adjudicados a produtores independentes para as ilhas do Sal, Boa Vista e São Vicente, os projetos solares de pequena dimensão nas restantes ilhas que estão em execução, com estes investimentos estarão criadas as condições para ultrapassar 30% da penetração das energias renováveis em 2025", apontou.

"Com os projetos estratégicos já identificados e em fase de negociação com os parceiros estarão criadas as condições para Cabo Verde ultrapassar a meta de 50% de energias renováveis em 2030 e talvez antes", acrescentou o primeiro-ministro.

Reconheceu ainda que a transição energética "é uma grande oportunidade para investimentos privados, criação de empregos", num mercado "com um bom quadro regulatório, incentivos fiscais e financeiros e oferta de recursos humanos qualificados através do serviço".

Cabo Verde enfrenta uma profunda crise económica e financeira, decorrente da forte quebra na procura turística -- setor que garante 25% do Produto Interno Bruto (PIB) do arquipélago -- desde março de 2020.

Com alguma retoma da procura turística, o país cresceu 7% em 2021, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística. Entretanto, devido às consequências económicas da guerra na Ucrânia, o Governo cabo-verdiano reviu de 6% para 4% a perspetiva de crescimento económico em 2022, mas no final de outubro o Banco de Cabo Verde admitiu que o crescimento do PIB este ano poderá, afinal, ser superior a 8%.

Cabo Verde espera um crescimento de 4,8% do PIB em 2023 e uma inflação inferior a 4% - metade da registada este ano -, de acordo com as previsões que constam dos documentos de suporte à proposta de lei do Orçamento do Estado de Cabo Verde.

A proposta de Orçamento do Estado para 2023, entregue pelo Governo ao parlamento em 03 de outubro, está avaliada em cerca de 77,9 mil milhões de escudos (705 milhões de euros).

Leia Também: Primeiro-ministro de Cabo Verde acusa oposição de "negacionismo"

Partilhe a notícia

Produto do ano 2024

Descarregue a nossa App gratuita

Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas