De acordo com o estudo, noticiado pelo jornal Eco, os tripulantes da TAP podem ganhar até mais 50% do que os colegas da British Airways, mesmo com os cortes salariais, segundo as conclusões de uma comparação realizada por uma consultora para a companhia.
Em comunicado aos associados, o SNPVAC começou por dizer que "seguindo o guião preestabelecido para estas ocasiões, a TAP vem agora a público com um ataque difamatório, de forma a descredibilizar as decisões tomadas na assembleia-geral do dia 03 de novembro". Nesse dia, os tripulantes da TAP decidiram avançar com uma greve nos dias 08 e 09 de dezembro.
"Na semana anterior, já tínhamos sido brindados com uma postura inqualificável sobre o direito à parentalidade e a direitos sociais consagrados na lei", disse o sindicato, acrescentando que, "os direitos consagrados na lei contemplam todos os portugueses e não apenas os tripulantes da TAP, como alguns querem fazer transparecer".
Recordando a notícia, a estrutura sindical disse que "para uma discussão séria, seria mais construtivo que o SNPVAC tivesse tido acesso ao dito estudo, sem ser através da comunicação social".
"Aliás, teria esta notícia sido publicada se tivéssemos acordado negociar o novo Acordo de Empresa, com base na proposta apresentada pela TAP?", questionam, perguntando ainda se a empresa teve "receio da reação do SNPVAC, sobre a credibilidade do referido estudo --- à semelhança do que ocorreu aquando da apresentação da proposta de atualização das ajudas de custo".
O SNPVAC defendeu depois que era "preocupante ouvir a CEO [presidente executiva] da TAP sublinhar que o Plano de Reestruturação é um bom plano e que o mesmo tem sido rigorosamente cumprido, mas depois divulgar valores que nada têm a ver com as metas e objetivos aí delineados.".
De acordo com o sindicato, "o vencimento médio referido no estudo apresentado pelo Eco é 50% superior ao que foi estabelecido no Plano de Reestruturação para 2022", sendo que "este valor é superior à meta estabelecida no mesmo Plano para o primeiro ano sem cortes salariais em 2025".
"Entendendo que a TAP atravessa um momento crucial para a sua sobrevivência, o SNPVAC tem feito de tudo para que seja possível atingir os objetivos e metas do Plano de Reestruturação. Não pode é aceitar que se tente ir mais além dessas metas, de forma muito pouco transparente", acrescentou.
Para o sindicato, é, "no mínimo, questionável um estudo --- supostamente imparcial e competente --- que afirma que "[a] remuneração mensal média de um tripulante de cabine da TAP ronda os 3.260 euros brutos", quando, na verdade, 70% dos tripulantes de cabine auferem um rendimento médio de 1.303Euro brutos; e mais de 1.000 tripulantes de cabine recebem um valor abaixo dos 1.000Euro brutos. Destes 1.000 tripulantes, cerca de 500 recebem como vencimento fixo pouco mais do que o ordenado mínimo nacional", garantiu.
Assim, "perante esta postura bélica da empresa", a "direção do SNPVAC conclui que a administração não está disposta a negociar e prefere optar pela contínua gestão alienada da realidade", disse o sindicato, referindo que "os ataques e a contrainformação serão uma constante nos próximos dias".
"A TAP pode criar manobras de diversão, mas não deixaremos de relembrar que a administração é a única culpada por este desfecho", rematou.
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