Nexperia tem de vender pelo menos 86% de fabricante de semicondutores

O Governo britânico determinou hoje que uma empresa de propriedade chinesa venda as suas ações na principal fabricante de semicondutores no Reino Unido, medida que deverá provocar uma forte oposição por Pequim.

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© Dan Kitwood/Getty Images

Lusa
16/11/2022 23:59 ‧ 16/11/2022 por Lusa

Economia

Reino Unido

"Após uma avaliação detalhada da segurança nacional, o secretário de Estado para Negócios, Energia e Estratégia Industrial [Grant Shapps] decidiu emitir uma 'ordem final' exigindo que a Nexperia venda pelo menos 86% da Newport Wafer Fab, para se proteger contra possíveis riscos para a segurança nacional", referiu o porta-voz do Governo do Reino Unido em comunicado.

Na diretiva, Grant Shapps referiu que existe um risco relacionado com a "tecnologia e o 'know-how' (...) que poderia comprometer as capacidades do Reino Unido".

A empresa neerlandesa Nexperia, propriedade da gigante chinesa de smartphones Wingtech, concluiu a compra da Newport Wafer Fab, por um valor não divulgado, em julho de 2021.

Esta ordem governamental ocorre numa altura em que as relações entre Pequim e Londres estão cada vez mais tensas e em que há um escrutínio dos investimentos de empresas chinesas no exterior.

Em 2020, Londres proibiu a gigante chinesa de telecomunicações Huawei de implantar equipamentos de banda larga 5G no Reino Unido, depois das preocupações manifestadas pelos Estados Unidos para os riscos de espionagem chinesa, acusações que irritaram Pequim.

O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, chegou ao poder no mês passado, adotando um tom duro contra a China, ao mesmo tempo em que sinalizou o seu desejo em negociar com o país.

Sunak tinha planeado conversas bilaterais com o Presidente chinês, Xi Jinping, durante a cimeira do G20, que decorre esta semana na Indonésia.

No entanto, estas reuniões foram canceladas depois dos aliados ocidentais terem organizado uma reunião de emergência no Bali, onde decorre a cimeira, em resposta ao ataque russo em massa com mísseis na Ucrânia, e a queda de um míssil na Polónia, membro da NATO, incidentes ocorridos na terça-feira.

O porta-voz do Governo britânico salientou ainda no comunicado que o Reino Unido "continuará a defender negócios e investimentos enquanto protege a segurança nacional".

"A nossa segurança de longo prazo depende da resiliência da nossa economia e isso significa garantir que não deixemos ativos estratégicos caírem nas mãos de regimes autoritários em nome do progresso a curto prazo", destacou a deputada conservadora Alicia Kearns, na rede social Twitter.

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