França e Alemanha querem interconexões energéticas e apoiam BarMar

A França e a Alemanha mostraram-se hoje a favor da solidariedade europeia em matéria energética e sublinharam a necessidade de desenvolver interconexões, citando o projeto para um gasoduto entre Barcelona e Marselha (BarMar).

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Lusa
22/11/2022 17:21 ‧ 22/11/2022 por Lusa

Economia

Gasoduto

Os ministros da Economia dos dois países, Bruno Le Maire (francês) e Robert Habeck (alemão), subscreveram em Paris uma declaração comum na qual as compras conjuntas de gás com contratos de longo prazo foram marcadas como a primeira prioridade para conseguir reduções de preços para particulares e empresas.

Le Maire afirmou, em conferência de imprensa, que essas compras conjuntas "estão a avançar muito devagar".

Os dois ministros defenderam uma "reforma estrutural do mercado de eletricidade" na União Europeia, sem falar das posições de cada país, que até agora têm evidenciado alguns aspetos divergentes, em particular sobre a necessidade de aplicar um sistema equivalente à chamada "exceção ibérica", segundo a declaração.

O ministro francês considerou que essa reforma "é uma questão de mais longo prazo" e disse que os dois países tencionam "trabalhar em melhores interconexões europeias".

Na declaração conjunta, os dois ministros assinalam o objetivo de desenvolver interconexões "funcionais" e citam um único projeto, o BarMar, cuja definição como via para transporte de hidrogénio verde e de gás deve concretizar-se em dezembro.

O projeto foi acordado entre Portugal, Espanha e França como alternativa ao gasoduto MidCat, através dos Pirenéus, uma solução que contava com a oposição de Paris.

Os ministros francês e alemão também salientaram a necessidade de "uma resposta europeia" à lei de redução da inflação dos Estados Unidos, que os europeus consideram contrária às regras da Organização Mundial do Comércio (OMC).

Com esta legislação, Washington prevê destinar 400.000 milhões de dólares (cerca de 390.000 milhões de euros) em novos investimentos, principalmente para impulsionar a energia verde e reduzir as emissões de gases contaminantes.

O problema para a União Europeia é que ajudas para, por exemplo, impulsionar veículos elétricos estabelecem preferência por produtos fabricados nos Estados Unidos.

Para Le Maire, perante esta situação, os europeus não podem privar-se de defender os produtos europeus no seu próprio território, como fazem a China e os Estados Unidos.

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