"Embora reconhecendo, na sua resposta, o valor a que chegou a taxa de inflação este ano e mesmo aceitando as previsões para 2023 (5,7% segundo o FMI e de 6,1% pela Comissão Europeia), as instituições subscritoras da ACT do setor bancário ficam-se por 2,5% de aumento para os trabalhadores, um valor que não compensa sequer a inflação prevista -- muito menos a perda de rendimentos", referem os três sindicatos num comunicado conjunto.
Mais, Sindicato dos Bancários do Centro (SBC) e Sindicato dos Trabalhadores do Setor Financeiro de Portugal (SBN) acusaram a banca de "imoralidade" e de entenderem que "os trabalhadores não merecem nada".
"Não estão dispostos a partilhar uma pequena percentagem dos enormes lucros, nem da produtividade, ou a contribuir para aliviar as enormes dificuldades em que vivem em consequência da perda de rendimento por aumentos salariais insuficientes ao longo dos anos, agravado pelo brutal aumento da inflação", sublinharam.
Os três sindicatos argumentam que na fundamentação da resposta em que rejeitaram, as instituições financeiras reconheceram a "evolução positiva" em 2021-2022, mas que o setor enfrenta um conjunto de fatores que poderão colocá-lo "em grande risco".
Segundo as instituições de crédito, citadas pelos sindicatos, estes fatores ditam "uma postura muito prudente por parte dos bancos, designadamente no que respeita às revisões salariais".
Mais, SBC e SBN reivindicam um aumento de 8,5% nas tabelas e cláusulas de expressão pecuniária para 2023, depois de aumentos de 0,5% e 1,1% em 2021 e 2022.
"A essa perda de poder de compra soma-se ainda a inflação de 2022, que ultrapassou todas as previsões e deixou trabalhadores e reformados bancários em situação muito difícil", reiteram.
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