"Não há qualquer registo de aquisição de participação acionista no BISTP por entidades russas, seja diretamente ou por meio de terceiros, nem qualquer indício de operações financeiras que visem a evasão às sanções internacionais", refere o BISTP em comunicado divulgado no Facebook.
No comunicado "reitera seu compromisso com a transparência, a ética e a integridade, pilares que sempre nortearam a sua atuação".
Em causa estão declarações feitas pelo comentador da SIC José Milhazes durante o espaço de comentário Guerra Fria, na terça-feira, em que afirmou que "de forma muito discreta São Tomé e Príncipe está a se transformar num lugar de branqueamento/lavagem de dinheiro russo".
José Milhazes referiu-se a informações publicadas no Telegram por páginas russas que considerou "bastante bem informadas".
O comentador referiu que os bancos russos VTB e GazpromBank estão a utilizar dois bancos em São Tomé - o Banco Internacional de São Tomé e Príncipe (BISTP) e o Banco Equador -, comprando ações, através de pessoas de confiança e de altos executivos, "para escapar às sanções" europeias à Rússia "permitindo ocultar a presença real de bancos russos em São Tomé".
"Há toda uma série de intermediários, que ganham grandes comissões, comissões chorudas [..] são principalmente os dirigentes dos bancos, os gerentes dos bancos que estão a ganhar com este esquema e não os bancos em si", referiu o comentador, defendendo que "a União Europeia tem que estar atenta a esta e a outras violações que são diariamente denunciadas pela imprensa internacional".
"O BISTP repudia categoricamente a disseminação de informações falsas e irresponsáveis, que prejudicam a sua reputação e a confiança dos seus clientes e parceiros", lê-se no comunicado do BISTP.
A instituição adianta ainda que "tomará todas as medidas necessárias para proteger a sua imagem e o seu bom nome de modo a assegurar que a verdade prevaleça".
No comunicado, o BISTP sublinha que "é a maior e mais sólida instituição financeira de São Tomé e Príncipe e tem um longo historial de confiança, solidez e segurança, sendo um pilar fundamental da economia e do sistema financeiro em São Tomé e Príncipe".
A instituição financeira refere que "atua em total conformidade com as normas internacionais e locais de regulação financeira, seguindo rigorosamente as diretrizes do Grupo de Ação Financeira Internacional (FATF/GAFI), bem como os regulamentos do Banco Central de São Tomé e Príncipe".
Acrescenta ainda que "atua de forma ativa e determinada no combate ao branqueamento de capitais e ao financiamento do terrorismo, assegurando que as suas operações e transações são devidamente escrutinadas e alinhadas com as melhores práticas do setor bancário".
O banco destaca que "tem uma estrutura acionista estável", sendo o seu capital integralmente detido pelo Estado são-tomense com 48%, a Caixa Geral de Depósitos com 27% e o Banco Angolano de Investimentos com 25%.
Também o Governo são-tomense, através do ministro de Estado, Economia e Finanças afastou hoje indícios de lavagem de dinheiro russo através de bancos do arquipélago, e pediu ao Ministério Público e polícia judiciária de São Tomé e Portugal que investiguem o assunto.
Gareth Guadalupe referiu que São Tomé e Príncipe tem em vigor a lei contra o branqueamento de capitais e financiamento ao terrorismo, "que ainda continua atualizada para aquilo que são estes tipos de ações hoje em dia".
"Nós vamos fazer os nossos trabalhos de casa e esperemos que essa informação seja mais rapidamente esclarecida porque nós queremos continuar a manter a nossa reputação como um país de estabilidade financeira, como um país de integridade, como um país de transparência ou nível do sistema financeiro", sublinhou Gareth Guadalupe.
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