BISTP nega envolvimento em esquemas de lavagem de dinheiro russo em São Tomé

O Banco Internacional de São Tomé e Príncipe (BISTP) refutou hoje, "de forma veemente e categórica, as alegações infundadas" feitas num canal português que sugerem que está envolvido "em esquemas financeiros de lavagem de dinheiro" de entidades russas.

Notícia

© iStock

Lusa
05/02/2025 21:48 ‧ há 1 hora por Lusa

Economia

São Tomé

"Não há qualquer registo de aquisição de participação acionista no BISTP por entidades russas, seja diretamente ou por meio de terceiros, nem qualquer indício de operações financeiras que visem a evasão às sanções internacionais", refere o BISTP em comunicado divulgado no Facebook.

 

 No comunicado "reitera seu compromisso com a transparência, a ética e a integridade, pilares que sempre nortearam a sua atuação".

Em causa estão declarações feitas pelo comentador da SIC José Milhazes durante o espaço de comentário Guerra Fria, na terça-feira, em que afirmou que "de forma muito discreta São Tomé e Príncipe está a se transformar num lugar de branqueamento/lavagem de dinheiro russo".

José Milhazes referiu-se a informações publicadas no Telegram por páginas russas que considerou "bastante bem informadas".

O comentador referiu que os bancos russos VTB e GazpromBank estão a utilizar dois bancos em São Tomé - o Banco Internacional de São Tomé e Príncipe (BISTP) e o Banco Equador -, comprando ações, através de pessoas de confiança e de altos executivos, "para escapar às sanções" europeias à Rússia "permitindo ocultar a presença real de bancos russos em São Tomé".

"Há toda uma série de intermediários, que ganham grandes comissões, comissões chorudas [..] são principalmente os dirigentes dos bancos, os gerentes dos bancos que estão a ganhar com este esquema e não os bancos em si", referiu o comentador, defendendo que "a União Europeia tem que estar atenta a esta e a outras violações que são diariamente denunciadas pela imprensa internacional".

"O BISTP repudia categoricamente a disseminação de informações falsas e irresponsáveis, que prejudicam a sua reputação e a confiança dos seus clientes e parceiros", lê-se no comunicado do BISTP.

A instituição adianta ainda que "tomará todas as medidas necessárias para proteger a sua imagem e o seu bom nome de modo a assegurar que a verdade prevaleça".

No comunicado, o BISTP sublinha que "é a maior e mais sólida instituição financeira de São Tomé e Príncipe e tem um longo historial de confiança, solidez e segurança, sendo um pilar fundamental da economia e do sistema financeiro em São Tomé e Príncipe".

A instituição financeira refere que "atua em total conformidade com as normas internacionais e locais de regulação financeira, seguindo rigorosamente as diretrizes do Grupo de Ação Financeira Internacional (FATF/GAFI), bem como os regulamentos do Banco Central de São Tomé e Príncipe".

Acrescenta ainda que "atua de forma ativa e determinada no combate ao branqueamento de capitais e ao financiamento do terrorismo, assegurando que as suas operações e transações são devidamente escrutinadas e alinhadas com as melhores práticas do setor bancário".

O banco destaca que "tem uma estrutura acionista estável", sendo o seu capital integralmente detido pelo  Estado são-tomense com 48%, a Caixa Geral de Depósitos com 27% e o Banco Angolano de Investimentos com 25%.

Também o Governo são-tomense, através do ministro de Estado, Economia e Finanças afastou hoje indícios de lavagem de dinheiro russo através de bancos do arquipélago, e pediu ao Ministério Público e polícia judiciária de São Tomé e Portugal que investiguem o assunto.

Gareth Guadalupe referiu que São Tomé e Príncipe tem em vigor a lei contra o branqueamento de capitais e financiamento ao terrorismo, "que ainda continua atualizada para aquilo que são estes tipos de ações hoje em dia".

"Nós vamos fazer os nossos trabalhos de casa e esperemos que essa informação seja mais rapidamente esclarecida porque nós queremos continuar a manter a nossa reputação como um país de estabilidade financeira, como um país de integridade, como um país de transparência ou nível do sistema financeiro", sublinhou Gareth Guadalupe.

Leia Também: Remodelação no Governo de Cabo Verde separa Finanças e Fomento Empresarial

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas