De acordo com o histórico do BCV, os depósitos de poupança nos bancos cabo-verdianos estavam avaliados no final de 2019 em 6.675 milhões de escudos (60,6 milhões de euros), antes dos efeitos económicos da pandemia de covid-19, valor que subiu para mais de 7.435 milhões escudos (67,5 milhões de euros) no final de 2020 e para 8.279 milhões de escudos (75,2 milhões de euros) no final de 2021, renovando consecutivamente máximos.
Entretanto, segundo o BCV, esses depósitos de poupança atingiram em agosto último um novo recorde, de mais de 8.933 milhões de escudos (81,1 milhões de euros), que desceram ligeiramente em setembro para 8.896 milhões de escudos (80,8 milhões de euros), ainda assim o segundo valor mais alto do ano.
Só nos primeiros dez meses do ano, essas poupanças já cresceram cerca de 6,5%, o equivalente a praticamente cinco milhões de euros.
Em Cabo Verde operam oito bancos comerciais com licença para trabalhar com clientes residentes.
Já os depósitos a prazo nos bancos seguem em queda desde maio, então avaliados em 46.325 milhões de escudos (421 milhões de euros), para 43.350 milhões de escudos (394 milhões de euros) em setembro.
Cabo Verde enfrenta uma profunda crise económica e financeira, decorrente da forte quebra na procura turística - setor que garante 25% do Produto Interno Bruto (PIB) do arquipélago - desde março de 2020, além de uma seca prolongada que se arrasta há mais de quatro anos.
O país registou uma recessão económica histórica de 14,8% em 2020 e um crescimento de 7% em 2021, impulsionado por alguma retoma no setor do turismo no último trimestre do ano.
Entretanto, devido às consequências económicas da guerra na Ucrânia, o Governo cabo-verdiano reviu de 6% para 4% a perspetiva de crescimento económico em 2022, face à escalada de preços em vários produtos e uma inflação, a um ano, que já ultrapassa os 8%.
Contudo, já em outubro, a previsão de crescimento para este ano voltou a ser revista pelo Governo, desta vez em alta, para mais de 8%.
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