Este empréstimo, anunciado pelo FMI em 27 de outubro, e do qual o Egito receberá já 347 milhões de dólares (328 milhões de euros) faz parte do Programa de Financiamento Ampliado do FMI, tendo sido concedido a este país para ser aplicado num programa económico cujo objetivo é "preservar a estabilidade macroeconómica", reforçar as reservas de capital, abrir o caminho para uma economia sustentável e para o crescimento inclusivo liderado pelo setor privado".
Este pacote económico inclui "uma mudança permanente para um regime de taxas flexíveis para aumentar a resiliência a choques externos; política monetária que visa a redução gradual da inflação (...); consolidação fiscal e gestão da dívida (...); e reformas estruturais para reduzir o peso do Estado e facilitar o crescimento do setor privado".
No final da reunião, a presidente do FMI, Kristalina Georgieva, citada pelos órgãos de comunicação social, afirmou que "o Egito mostrou resiliência à crise da covid-19 com o apoio de programas anteriores apoiados pelo FMI", mas começou a "acumular desequilíbrios no âmbito de uma taxa de câmbio estável, dívida pública elevada e reformas estruturais atrasadas".
A esta fragilidade, o país somou os efeitos da guerra da Rússia na Ucrânia, que "cristalizaram essas vulnerabilidades pré-existentes e desencadearam figas de capitais", devido também à perda de turistas russos e ucranianos que representaram cerca de 40% dos oito milhões de visitantes em 2021.
Com este empréstimo, o FMI espera que o Egito reduza a sua dívida pública, aumente as despesas sociais e lance reformas de longo prazo para todos os setores da sociedade.
Este acordo corresponde a 2.350,17 milhões em direitos de saque especiais (SDR), a unidade de conta do FMI baseada num cabaz composto pelas cinco principais moedas internacionais e que equivale a 3.000 milhões de dólares, esclareceu o organismo internacional com sede em Washington, nos Estados Unidos.
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