As entradas de dinheiro em certificados de aforro (CA) em dezembro ascenderam a 1.994 milhões de euros, elevando para 19.626 milhões de euros o saldo aplicado neste tipo de poupança, o mais alto desde pelo menos 2006. Afinal, o que são os CA?
"Os certificados de aforro são instrumentos de dívida criados com o objetivo de captar a poupança das famílias", explica a Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP), no seu site.
Estes, "têm como característica principal o [facto de] serem distribuídos a retalho, isto é, serem colocados diretamente juntos dos aforradores e terem montantes mínimos de subscrição reduzidos".
"Os certificados de aforro só podem ser emitidos a favor de particulares e não são transmissíveis exceto em caso de falecimento do titular", diz o IGCP.
Corrida aos certificados de aforro
A subida das Euribor - indexante usado para a determinação da taxa de juro dos certificados de aforro - que se tem vindo a registar nos últimos meses, tem sido acompanhada de um reforço da poupança dos particulares nestes títulos de dívida pública.
O último relatório mensal do IGCP indica que, em dezembro, os portugueses colocaram 1.994 milhões de euros em CA da série E (a única que está atualmente ativa), superando os 1.764 milhões de euros entrados em novembro.
Já as saídas (amortizações) durante o último mês de 2022 foram de 78 milhões de euros.
Entre emissões de amortizações registadas ao longo do ano passado, o saldo dos certificados de aforro ascendeu em 31 de dezembro a 19.626 milhões de euros, longe dos 12.469 milhões de euros contabilizados no final de 2021, e o valor mais elevado desde pelo menos 2006.
A taxa de juro da série de certificados de aforro atualmente em comercialização (a série E) é determinada mensalmente (no antepenúltimo dia do mês, para vigorar no seguinte), tendo em conta uma fórmula que contempla um prémio de permanência e a média dos valores da Euribor a três meses observados nos 10 dias úteis anteriores.
As regras limitam o prémio de permanência a um máximo de 1% (valor atribuído a partir do 6.º ano da subscrição e até ao fim do prazo), definindo ainda que da fórmula não pode resultar uma taxa base superior a 3,5%.
A taxa de juro bruta para as novas subscrições e capitalizações de CA em dezembro foi fixada em 2,842%, tendo subido para 3,088% para as subscrições de janeiro, o que deverá levar a que a procura deste produto de poupança se mantenha elevada.
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