Após tensão, Europa apoia "corajoso" Zelensky e Rússia dá "razão" a Trump

O tenso encontro entre Trump e Zelensky na Sala Oval veio mudar o rumo das negociações pela paz na Ucrânia. Os líderes europeus e o Canadá vieram defender o ucraniano. Do lado do norte-americano está a Rússia e a Hungria.

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© Brian Snyder/Reuters

Cátia Carmo
01/03/2025 07:29 ‧ há 2 horas por Cátia Carmo

Mundo

Guerra na Ucrânia

Tudo dava a entender que a ida do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, à Casa Branca, na sexta-feira, poderia significar um bom avanço nas negociações pela paz na Ucrânia. O plano era o líder ucraniano aceitar assinar o acordo de exploração de minerais com os Estados Unidos, seguindo-se uma conferência de imprensa conjunta com Donald Trump. Mas nada correu como esperado.

 

O clima na Sala Oval foi de grande tensão e terminou a conferência de imprensa cancelada e com Zelensky a abandonar a Casa Branca.

O presidente norte-americano acusou Zelensky de "ingratidão" perante toda a ajuda que os Estados Unidos teriam já dado a Kyiv e afirmou que o ucraniano "está a brincar com a III Guerra Mundial". Também presente, o vice-presidente JD Vance, apontou igualmente o dedo a Zelensky, afirmando que este "desrespeita" os norte-americanos.

Perante os dois norte-americanos munidos de acusações, Zelensky recusou fazer concessões com "o assassino" Vladimir Putin e o encontro acabou com Trump a rejeitar conversações com o homólogo ucraniano até que Zelensky estivesse "pronto para a paz".

Já o ucraniano, logo após abandonar a Casa Branca, recorreu às redes sociais para agradecer aos Estados Unidos por todo o "apoio", mas a reforçar que a Ucrânia "precisa de uma paz justa e duradoura".

Zelensky abandona a Casa Branca mais cedo após acusações de Trump

Zelensky abandona a Casa Branca mais cedo após acusações de Trump

A conferência de imprensa dos chefes de Estado foi cancelada. Trump rejeita conversações com Zelensky até que esteja "pronto para paz"

 Notícias ao Minuto com Lusa | 18:50 - 28/02/2025

A reação da embaixadora ucraniana nos Estados Unidos, Oksana Markarova, ainda durante o encontro, refletiu a desilusão e tornou-se viral nas redes sociais. [Pode ainda ler na íntegra a troca entre os presidentes aqui].

"A Ucrânia pode sempre contar com Portugal"

Após o desastroso encontro, o primeiro-ministro português, Luís Montenegro, recorreu à rede social X (ex-Twitter) para transmitir uma mensagem de apoio ao presidente ucraniano, sublinhando que "a Ucrânia poderá sempre contar com Portugal".

Tensão na Casa Branca?

Tensão na Casa Branca? "A Ucrânia pode sempre contar com Portugal"

O primeiro-ministro português transmitiu hoje uma mensagem de apoio ao presidente ucraniano depois de uma reunião tensa na Casa Branca que terminou sem acordo.

Lusa | 20:38 - 28/02/2025

Um apoio do Governo português que foi reforçado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, que falou com o "amigo" Andrii Sybiha, o homólogo ucraniano, "para lhe dizer, de viva voz, que a Ucrânia e o povo ucraniano podem contar com Portugal".

Entre os partidos portugueses, também os líderes do PS, IL, BE, Livre e PAN reafirmaram o apoio à Ucrânia e condenaram Donald Trump.

Líderes de partidos políticos reforçam apoio a Zelensky e condenam Trump

Líderes de partidos políticos reforçam apoio a Zelensky e condenam Trump

Líderes do PS, IL, BE, Livre e PAN reagiram ao confronto na Casa Branca entre o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e o Presidente dos Estados Unidos, reafirmando o apoio à Ucrânia e condenando Donald Trump.

Lusa | 22:18 - 28/02/2025

Europa ao lado do "forte e corajoso" Zelensky

Ainda em solo português, onde esteve dois dias numa visita de Estado, o presidente francês, Emmanuel Macron, foi um dos primeiros líderes europeus a reagir, lembrando que a "Rússia é o agressor e o povo agredido é a Ucrânia". Pouco depois, numa entrevista transmitida pela RTP, o chefe de Estado francês voltou ao tema, recordando Trump que o único líder a "brincar com a III Guerra Mundial chama-se Vladimir Putin”.

Mensagem idêntica teve a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, prometendo trabalhar com o presidente da Ucrânia para uma "paz justa e duradoura" após a discussão pública em Washington e recomendando que Zelensky "seja forte, corajoso, destemido".

Von der Leyen promete trabalhar com Zelensky para

Von der Leyen promete trabalhar com Zelensky para "paz justa e duradoura"

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, prometeu hoje trabalhar com o Presidente da Ucrânia para uma "paz justa e duradoura" neste país, após uma discussão pública de Volodymyr Zelensky em Washington com o anfitrião Donald Trump.

Lusa | 21:51 - 28/02/2025

Em representação do Conselho Europeu, o presidente, António Costa, afirmou que Zelensky "nunca estará sozinho", com a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola a deixar a mesma garantia, bem como o primeiro-ministro polaco, Donald Tusk.

O primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez, disse apenas: "Ucrânia, Espanha está contigo", numa mensagem que repetiu em espanhol, inglês e ucraniano.

Sánchez manifesta apoio a Zelensky:

Sánchez manifesta apoio a Zelensky: "Ucrânia, Espanha está contigo"

O primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez, manifestou hoje apoio à Ucrânia depois do confronto protagonizado pelos presidentes ucraniano, Volodymyr Zelensky, e dos Estado Unidos, Donald Trump, na Casa Branca.

 Lusa | 19:46 - 28/02/2025

No mesmo sentido, a Alemanha, através da ministra dos Negócios Estrangeiros, Annalena Baerbock, declarou-se "unida ao lado da Ucrânia e contra a agressão russa", enquanto o ainda chanceler alemão, Olaf Scholz, lembrou que "ninguém quer mais a paz do que o povo da Ucrânia" e o líder conservador vencedor das últimas eleições, Friedrich Merz, declarou o "apoio" a Zelensky.

Chanceler e líder conservador alemães declaram apoio a Zelensky

Chanceler e líder conservador alemães declaram apoio a Zelensky

O chanceler alemão, Olaf Scholz, e o líder conservador vencedor das últimas eleições, Friedrich Merz, declararam hoje o apoio ao Presidente ucraniano após uma discussão pública de Volodymyr Zelensky em Washington com o anfitrião Donald Trump.

Lusa | 21:14 - 28/02/2025

Os líderes dos países bálticos, Lituânia, Letónia e Estónia, reafirmaram que a "Ucrânia nunca caminhará sozinha".

Fora da Europa, o primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, prometeu continuar a apoiar a Ucrânia para "uma paz justa e duradoura", recordando a luta pela "democracia, liberdade e soberania" perante o invasor russo.

Trudeau recorda:

Trudeau recorda: "Rússia invadiu Ucrânia de forma ilegal e injustificada"

O primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, prometeu hoje continuar a apoiar a Ucrânia para "uma paz justa e duradoura", recordando a luta dos ucranianos pela "democracia, liberdade e soberania" perante o invasor russo.

 Lusa | 22:09 - 28/02/2025

Em Itália, Giorgia Meloni, uma das poucas líderes europeias que Donald Trump tem elogiado publicamente, sugeriu uma cimeira urgente entre Estados Unidos, países europeus e aliados sobre desafios comuns como a Ucrânia, para evitar "divisões que enfraquecem o Ocidente".

Meloni sugere cimeira urgente contra

Meloni sugere cimeira urgente contra "divisão que enfraquece o Ocidente"

A primeira-ministra de Itália, Giorgia Meloni, sugeriu hoje uma cimeira urgente entre Estados Unidos, países europeus e aliados sobre desafios comuns como a Ucrânia, para evitar "divisões que enfraquecem o Ocidente".

Lusa | 22:32 - 28/02/2025

Já o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, falou tanto com Trump como com Zelensky após a reunião na Sala Oval e garantiu a Kyiv um "apoio inabalável".

O primeiro-ministro da Austrália, Anthony Albanese, disse hoje que o país "apoiará a Ucrânia" durante o tempo que for necessário porque "porque esta é a luta de uma nação democrática contra um regime autoritário".

"O povo ucraniano não está apenas a lutar pela sua soberania nacional, mas também para afirmar o respeito pelo direito internacional", disse o chefe do Governo australiano, aos jornalistas, em Sydney (sudeste).

Em contraciclo, Hungria defende Trump e Rússia insulta Zelensky: "Palhaço"

Ainda na Europa, contrariando a tendência da maioria dos líderes europeus, o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, defendeu que Donald Trump lutou "bravamente pela paz".

Orbán diz que Trump lutou

Orbán diz que Trump lutou "bravamente por paz" na altercação com Zelensky

O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, defendeu hoje que Donald Trump lutou "bravamente pela paz", numa reação ao confronto na Casa Branca entre o Presidente norte-americano e o homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, em contraciclo com a maioria dos líderes europeus.

Lusa | 21:29 - 28/02/2025

Já do lado russo, o enviado especial nas conversações russo-americanas, Kirill Dmitriev, e o ex-presidente Dmitri Medvedev saudaram o confronto "histórico" e insultaram Zelensky, chamando-lhe "porco insolente" e "palhaço da cocaína".

Em representação do Kremlin, o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo realçou que o presidente norte-americano e o vice-presidente mostraram contenção ao lidar com "o canalha" Volodymyr Zelensky, com a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, acusar o ucraniano de ser "desagradável com todos".

Trump pondera suspender apoio militar

Após a altercação registada na Casa Branca com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, o Governo norte-americano liderado por Donald Trump está a considerar suspender o envio de equipamento militar para a Ucrânia, noticiou na sexta-feira o jornal Washington Post.

De acordo com o Post, que cita uma alta autoridade norte-americana, o governo está a considerar "suspender todos os envios em curso" para a Ucrânia devido à intransigência de Zelensky em relação ao processo de paz com a Rússia.

Trump pondera suspender apoio militar a Kyiv após altercação com Zelensky

Trump pondera suspender apoio militar a Kyiv após altercação com Zelensky

O Governo norte-americano liderado por Donald Trump está a considerar suspender o envio de equipamento militar para a Ucrânia, após a altercação registada na Casa Branca com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, noticiou na sexta-feira o jornal Washington Post.

Lusa | 00:52 - 01/03/2025

Leia Também: Macron responde a Trump: "Se alguém brinca à III Guerra Mundial é Putin"

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