O presidente francês, Emmanuel Macron, respondeu à acusação que o homólogo norte-americano, Donald Trump, fez ao presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, de que estava a "brincar com a III Guerra Mundial" e sublinhou que o único líder a "brincar" com a possibilidade desse conflito é o presidente da Rússia.
"Se alguém está a brincar à III Guerra Mundial chama-se Vladimir Putin. Foi ele que lançou a guerra já há três anos, fez vir três mil soldados norte-coreanos para o solo europeu, ajudou os iranianos com os programas nucleares para lutarem contra os europeus e talvez tenha implicado a China. Se há alguém culpado estará mais do lado de Moscovo e não de Kyiv", defendeu Macron, em entrevista à RTP.
Questionado sobre se a Europa pode continuar a confiar nos Estados Unidos, perante a imprevisibilidade de Trump e as ameaças através de tarifas, Macron disse apenas desejar que os "Estados Unidos continuem a estar do lado da história e dos seus próprios princípios".
"Há vontade de liberdade do povo americano e sempre estivemos, com os Estados Unidos, do lado da liberdade. Tivemos muita sorte, porque os EUA apoiaram-nos após a II Guerra Mundial e, depois, criámos a Aliança Transatlântica para proteger o nosso solo. É legítimo que ponham em primeiro os interesses norte-americanos, não tem nada a ver com o presidente Trump. Tínhamos de ter acordado mais cedo", respondeu o presidente francês.
Já em jeito de rescaldo da visita de Estado a Portugal, que durou dois dias e terminou esta sexta-feira, Macron considerou que foi um "momento importante" num período em que o mundo está "tão abalado".
"Assinámos um tratado de amizade entre dois países que se apreciam e conhecem bem. Temos cerca de um milhão de portugueses a viver em França e também muitos franceses a viver aqui. Assinámos vários acordos, em vários domínios económicos, e chegámos a uma grande convergência política. Num momento em que o mundo está tão abalado, ter dois países tão próximos, que analisam a visão da Europa, também é muito importante", acrescentou.
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