O setor tecnológico, muito sensível à subida do custo do dinheiro, que lhe limita a capacidade de investimento, liderou as descidas, com o seu índice Nasdaq a cair um por cento.
Os outros índices emblemáticos desvalorizaram menos: o alargado S&P500 recuou 0,61% e o seletivo Dow Jones 0,10%.
"Questionamos o que a Fed vai fazer depois dos importantes números sobre o emprego, divulgados na sexta-feira, como o recuo da taxa de desemprego, as criações de emprego mais fortes que previsto e as revisões em alta dos meses anteriores", indicou Hugh Johnson, da Hugh Johnson Economics.
Na sexta-feira, o Departamento do Tesouro informou que tinham sido criados, em termos líquidos, 517 mil empregos em janeiro, quando os analistas esperavam apenas 187 mil, no que foi um choque para os investidores.
A taxa de desemprego, por seu lado, caiu para 3,4%, o nível mais baixo desde 1969.
Para Johnson, este dinamismo do mercado de trabalho arrisca conduzir a Fed a "subir a sua taxa de juro de referência durante a sua próxima reunião sobre política monetária, em março, para os 5,5%".
Na sua opinião, "não se vê pausa em breve nas subidas da taxa", acrescentando que nestas condições uma subida perfila-se uma subida, "não apenas em março, mas também em maio e mesmo no terceiro trimestre", e até depois.
O mercado acionista, que é avesso ao encarecimento do dinheiro, "está mais preocupado do que estava na semana passada, o que levou à tomada de ganhos" (vendas), acrescentou Johnson.
Outra fonte de inquietação para os investidores vem do facto de o presidente da Fed, Jerome Powell, ir ser entrevistado pelo Clube Económico de Washington, na terça-feira, sobre o estado da economia.
Edwards Moya, da Oanda, apontou que, além dos resultados de empresas dececionantes, também as tensões geopolíticas resultantes do incidente do balão chinês enervaram a praça bolsista. No sábado, os EUA abateram um balão de observação acusado pelos EUA de fazer espionagem.
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