Sim, quando a Euribor sobe é mais difícil obter um empréstimo. A explicação, segundo a DECO PROTeste, é a seguinte: "O acesso ao crédito torna-se mais difícil nestas condições, já que, quanto maior for a subida das taxas de juro, menor será o montante que os bancos estão autorizados a emprestar aos consumidores".
"Ou seja, com o aumento do valor dos juros, a prestação para um mesmo nível de financiamento sobe, o que significa que o seu peso sobre o rendimento mensal dessa família será superior", explica a DECO PROTeste.
Ora, "como, desde 2018, os bancos devem garantir que, no momento da concessão do crédito, a taxa de esforço das famílias não ultrapasse os 50% do seu rendimento, com o aumento das taxas de juro, respeitar este limite implica diminuir o montante financiado".
"Por exemplo, consideremos uma prestação máxima de 750 euros, num cenário de um financiamento a 30 anos, com um spread de 1 por cento. Com a Euribor a 1%, esta família pode pedir ao banco até 203 mil euros. Mas, caso a Euribor suba para 2%, mantendo-se as condições do crédito e o rendimento da família, o montante máximo de financiamento baixa para 178 mil euros", explica a organização de defesa do consumidor.
Por outro lado, "se o indexante atingir os 3%, o valor do empréstimo reduz-se para 157 mil euros". Assim, a "subida dos juros implica, assim, uma redução do montante máximo de crédito a que uma família pode aceder".
"Com o crescente desfasamento entre o preço do imobiliário e os rendimentos das famílias, comprar casa ficou ainda mais difícil", conclui a DECO PROTeste.
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