No debate sobre política setorial que decorre no parlamento, a entrevista ao jornal espanhol Eleconomista.es que António Costa Silva deu em janeiro voltou a entrar na discussão, desta vez pela deputada do BE Mariana Mortágua, que considerou que "não se compreende que dois ministros do Governo, o senhor ministro da Economia e o senhor ministro Fernando Medina, vão a Espanha, com a bandeira espanhola atrás, comunicar à imprensa espanhola que seria positivo que a Iberia comprasse a TAP".
"Eu particularmente penso que não é uma boa solução a Iberia", admitiu António Costa Silva, apontando que se houver "uma proposta da Iberia, como da Lufthansa, como de outras companhias, e o processo for competitivo, muito provavelmente poderá haver uma saída mais benéfica para todo este dossiê".
Tal como tinha respondido anteriormente ao Chega, o ministro da Economia e do Mar insistiu que o Governo está a "tentar atrair o máximo de interessados na TAP para que o dinheiro público que foi investido, de certa maneira seja recuperado, ou pelo menos parte desse dinheiro".
"O processo de privatização foi o Governo que decidiu e anunciou, ele está em curso, e compete-me a mim, quando estou nos vários países, atrair o maior número de interessados para a nossa companhia aérea", realçou, deixando claro que este dossiê não é da sua tutela.
Mariana Mortágua afirmou na sua pergunta que "ninguém aceita esta posição porque o Estado português injetou 3,2 mil milhões de euros na TAP" e avisou que "no dia em que a TAP for vendida a uma companhia espanhola o 'hub' de Lisboa desaparece e portanto desaparece o interesse estratégico da TAP".
Na referida entrevista ao órgão espanhol, Costa Silva admitiu vantagens numa eventual compra da TAP pelo grupo que detém a companhia aérea Iberia, por causa das ligações com Madrid e o impulso que poderiam dar ao turismo.
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