Cem empresas de calçado assumem 'compromisso verde' com o planeta
Uma centena de empresas de calçado e artigos de pele, responsáveis por 800 milhões de euros de exportações, já subscreveram o denominado 'Compromisso Verde', propondo-se contribuir para um planeta neutro em carbono, anunciou a associação setorial.
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Economia APICCAPS
"Consciente de que o 'cluster' precisa de assumir a sustentabilidade como um dos pilares que nos tornará uma referência internacional da indústria, a APICCAPS e o Centro Tecnológico do Calçado convidaram o setor a mobilizar-se e a publicamente assinar um compromisso verde", avança a Associação Portuguesa dos Industriais do Calçado, Componentes, Artigos de Pele e Seus Sucedâneos (APICCAPS) em comunicado.
Segundo adianta, "o primeiro ato público decorrerá já na próxima sexta-feira, no Porto, numa cerimónia presidida pelo comissário europeu Virginijus Sinkevicius" em que ocorrerá a assinatura pública do denominado 'Portuguese Shoes Green Pact'.
"Em termos práticos, ao assinar o 'Compromisso Verde' as empresas comprometem-se a trabalhar e contribuir para as metas definidas pelas Nações Unidas e Europa de um planeta com saldo nulo de emissões de carbono em 2050 e uma redução para metade em 2030", salienta a associação.
Assumindo a "ambição de ser uma referência internacional e reforçar as exportações", o 'cluster' português de calçado e artigos de pele propõe-se fazê-lo "aliando virtuosamente a sofisticação e criatividade com a eficiência produtiva, assente no desenvolvimento tecnológico e na gestão da cadeia internacional de valor, assim garantindo o futuro de uma base produtiva nacional, sustentável e altamente competitiva".
"Ciente das suas responsabilidades para com a sociedade, o 'cluster do calçado' tem acompanhado o aumento da importância dada ao tema da sustentabilidade", enfatiza a APICCAPS.
Assim, depois de, em 2019, ter lançado o Plano de Ação para a Sustentabilidade, entre 2021 e 2022 o setor viu aprovado o financiamento pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) do projeto 'BioShoes4All', para alavancar a transição para a economia bio sustentável e circular, e, em dezembro de 2022, apresentou o Plano Estratégico do 'Cluster' do Calçado 2030, "no qual a preocupação com a sustentabilidade está subjacente a todas as propostas apresentadas".
Já no início deste ano, e "considerando que os desafios e as oportunidades com que o 'cluster' está confrontado em matéria de sustentabilidade são de grande complexidade", a APICCAPS e o Centro Tecnológico do Calçado convidaram então as empresas a subscreverem o 'Portuguese Shoes Green Pact'.
"Tratando-se de um tema muito amplo e técnico, torna-se fundamental uma cooperação mobilizadora entre empresas, clientes, entidades e, por isso, todas as empresas do 'cluster' foram convidadas a assumir o Compromisso Verde do Cluster de Calçado", afirma o presidente da APICCAPS.
Segundo Luís Onofre, "todo o 'cluster' do calçado foi convidado e chamado a contribuir para a sustentabilidade ambiental do planeta, desenvolvendo e inovando nos produtos e processos, aumentando a sua eficiência global e circularidade, sendo inclusivo e competitivo".
De acordo com a associação, as empresas do 'cluster' do calçado e artigos de pele começarão por ser sujeitas a um "diagnóstico inicial" que dará lugar, posteriormente, à "definição de um plano de ação individual".
Em função da situação específica de cada empresa, este plano "determinará as ações a desenvolver em matérias como o ecodesign, os métodos para a seleção dos materiais, a redução dos desperdícios, a produção e utilização de energias verdes, ou a implementação de novos modelos de negócios que reduzam a utilização de materiais virgens ou reutilizem materiais de fontes renováveis ou recicladas".
Ao longo do processo, proceder-se-á ao "apoio à monitorização e à implementação dos planos de ação".
Para o presidente do Centro Tecnológico do Calçado de Portugal, Reinaldo Teixeira, "os desafios e as oportunidades com que o 'cluster' está confrontado em matéria de sustentabilidade são de grande relevância e complexidade": "Se não respondermos de modo adequado, as crescentes exigências regulamentares e a atenção que os consumidores dedicam a este tema podem ser uma séria ameaça para o nosso 'cluster'", avisa.
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