Lucro da CGD subiu 45% para 843 milhões em 2022
A Caixa Geral de Depósitos (CGD) teve lucros de 843 milhões de euros em 2022, mais 45% do que em 2021, divulgou hoje o banco público.
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Economia CGD
A margem financeira subiu 44% para 1.408 milhões de euros, que o grupo atribui à "subida das taxas de juro nas operações de retalho" e ao "impacto positivo relativo às operações de tesouraria e da carteira de título". Já os resultados de serviços e comissões avançaram 7,8% para 606 milhões de euros.
Do lado dos gastos, os custos de estrutura aumentaram 58% para 1.200 milhões de euros. Em 2022, a CGD teve custos de 53 milhões de euros com o programa de redução do pessoal e 246 milhões de euros com a transferência do seu fundo de pensões para a Caixa Geral de Aposentações.
No balanço, o crédito total (bruto) aumentou 2% para 53.032 milhões de euros. Apenas em Portugal cresceu 1,3% para 45.551 milhões de euro. A CGD diz que, em dezembro passado, tinha 18% de quota de mercado de crédito em Portugal, sendo a de empresas de 15% e a de particulares para habitação de 24%.
Os depósitos aumentaram 6,2% para 83.875 milhões de euros, sendo que em Portugal cresceram 5,6% para 72.605 milhões de euros.
Em conferência de imprensa hoje realizada, questionado sobre a remuneração dos depósitos, Paulo Macedo disse que a CGD já fez aumentos e fará mais até final do mês e que "quer continuar a ser líder dos depósitos dos portugueses". Admitiu ainda que o banco "sentiu a concorrência dos certificados de aforro".
A CGD tinha, no fim de 2022, uma quota de 23% nos depósitos totais de clientes e 32% de quota nos depósitos de particulares.
Sobre as comissões que o banco cobra, por várias vezes Macedo disse que são "as mais baixas" e que o banco não aumentará as comissões este ano. Considerou ainda que a legislação que limita as comissões dos bancos trata muita coisa diferente de igual modo, desde o preço de uma fotocópia que o banco tire até uma habilitação de herdeiros, que disse que "dá muito trabalho e tem custos" (há uma proposta do PS no parlamento para limitar comissões de processos de habilitação de herdeiros).
Quanto às recentes medidas do 'pacote habitação', o ex-ministro da Saúde (do Governo PSD/CDS-PP de Passos Coelho) considerou positivo para as famílias os juros bonificados no crédito, mas que espera que o processo seja mais simples do que no passado, em que era "altamente burocrático", e disse que a CGD sempre ofereceu a possibilidade de taxa de juro fixa aos seus clientes (e tanto taxa fixa como taxa mista).
Sobre as casas devolutas que o Estado poderá vir a tomar para a arrendar, afirmou que a CGD tem 1.000 imóveis detidos para venda e que 500 já estão anunciados no 'site' para venda e os outros 500 não estar por várias situações, como serem do banco recentemente, estarem à espera de habilitação de herdeiros ou não estarem legais, por falta de licença de habitação, dizendo Paulo Macedo que espera que agora seja mais rápido depois do prometido pelo Governo.
Questionado sobre o seu nome ser falado para a TAP, disse não ter qualquer convite: "Quanto a voar não tenho nada marcado, não tenho nenhum convite, tenho aqui um mandato para cumprir".
A CGD anunciou hoje o pagamento do "maior dividendo da história da Caixa", de 352 milhões de euros, ao acionista único (Estado). O banco anunciou ainda que quer entregar o edifício-sede como dividendo ao Estado e está à procura de outro espaço na Grande Lisboa para se mudar dentro de alguns anos.
No final de 2022, a Caixa Portugal tinha 5.837 empregados, menos 280 do que os 6.117 de final de 2021. Já quanto à rede comercial, era 515 o número de agências, espaços Caixa e gabinetes de empresas, menos 27 do que no fim do ano anterior.
[Notícia atualizada às 22h45]
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