Dados hoje divulgados pela Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) revelam que "a recuperação da procura de viagens aéreas continua em 2023, com base nos resultados do tráfego de janeiro".
Em concreto, em janeiro de 2023, o total do tráfego aéreo -- medido em quilómetros e por passageiros -- aumentou 67% em relação ao mesmo mês do anterior, levando a que, atualmente, se fixe em 84,2% dos níveis de janeiro de 2019.
"A procura por viagens aéreas está a começar com um arranque muito saudável em 2023. A rápida remoção das restrições anticovid-19 para as viagens nacionais e internacionais chinesas é um bom presságio para a continuação da forte recuperação da indústria da pandemia ao longo do ano", declara o diretor-geral da IATA, Willie Walsh, em comunicado.
Além disso, de acordo com o responsável, as "atuais incertezas económicas e geopolíticas não amortecem a procura de viagens", relacionadas por exemplo com a guerra da Ucrânia causadas pela invasão russa.
Willie Walsh antecipa que esta forte procura pelo tráfego aéreo irá "continuar através da estação de inverno tradicionalmente mais lenta no Hemisfério Norte", prevendo também "uma primavera e um verão ainda mais movimentados".
O responsável critica, contudo, os planos do Governo holandês para o aeroporto de Schiphol, em Amesterdão, para limitar o tráfego aéreo a 460 mil voos anuais devido à poluição sonora.
"Numa altura em que muitos estão apenas a começar a desfrutar das suas liberdades de viagem recentemente restauradas, é especialmente dececionante ver o Governo holandês a fazer planos para limitar os seus movimentos, reduzindo unilateralmente e injustamente as operações no Aeroporto de Schiphol", adianta Willie Walsh.
Em concreto, em janeiro deste ano, o tráfego doméstico aumentou 32,7% em comparação com o período homólogo de 2022, 'puxado' pelo fim da política de covid-19 zero na China, situando-se em 97,4% dos níveis do mesmo mês de 2019.
Já o tráfego aéreo internacional subiu 104% (mais do que duplicou) em relação a janeiro de 2022, com todos os mercados a registarem um forte crescimento, principalmente no que toca às transportadoras na região da Ásia e Pacífico, fixando-se em 77% dos níveis do mesmo mês de 2019.
Ao nível europeu, as companhias aéreas da região tiveram um aumento de 60,6% do tráfego em relação a janeiro de 2022.
A IATA representa cerca de 300 transportadoras aéreas ao nível mundial que representam 83% do tráfego aéreo mundial.
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