"No seguimento dos desenvolvimentos do Grupo de Trabalho que constituiu em 2022 com o objetivo de analisar a comercialização e os desafios colocados ao hidrogénio e aos gases renováveis no processo de descarbonização da economia e da sociedade, [a ACEMEL] tomou uma decisão estratégica de alargar a sua área de atuação também a estes setores", informou a associação, em comunicado.
De acordo com o presidente da direção, Ricardo Nunes, "a ACEMEL pretende constituir-se como um 'player' a considerar na dinamização destes novos setores energéticos, contribuindo especificamente para a criação da figura do comercializador de hidrogénio".
Para a associação, que representa a maioria dos comercializadores de energia ativos no país, é "premente" definir o modelo de integração dos gases renováveis e do hidrogénio no mercado energético, "especificamente no que diz respeito à sua comercialização".
Assim, a ACEMEL defende que, no caso do hidrogénio, o futuro mercado utilize alguns dos conceitos e produtos já testados nos mercados ibéricos de gás natural e eletricidade (MIBGÁS e MIBEL), que seja operacionalizado com as respetivas garantias de origem e que tenha um mercado de longo prazo associado.
"Inicialmente, e até que esse mercado esteja suficientemente robusto e líquido, à semelhança do que foi feito na eletricidade e no gás natural, os leilões são naturalmente uma importante ferramenta que não pode, nem deve, ser desprezada", vincou a associação.
Recorde-se que, para incentivar o arranque dos primeiros projetos de hidrogénio, o Governo lançou recentemente as bases para o primeiro leilão para a aquisição centralizada de biometano e hidrogénio verde pelo comercializador de último recurso (CUR), que depois injetará, direta ou indiretamente, na rede de gás natural.
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