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Administração do Credit Suisse apresenta voto de confiança aos acionistas

A administração do Credit Suisse vai apresentar um voto de confiança na assembleia geral de 04 de abril, devido à grave situação "financeira" e de "reputação" resultante da exposição a entidades falidas, como Greensi e Archegos, foi hoje divulgado.

Administração do Credit Suisse apresenta voto de confiança aos acionistas
Notícias ao Minuto

14:23 - 14/03/23 por Lusa

Economia Credit Suisse

Esta posição consta do relatório anual do grupo financeiro, sendo que os acionistas vão ter de decidir se continuam ou não com o presidente do Credit Suisse, Axel Lehmann, depois das suas recentes declarações polémicas sobre a situação financeira do banco, que deram origem a uma investigação por parte do regulador nacional dos mercados de valores mobiliários, a Finma.

O relatório anual, hoje publicado, admite "fragilidades significativas no processo de controlo interno" do banco quanto à avaliação financeira dos anos de 2022 e 2021, algo que segundo o Credit Suisse será corrigido através de um "reforço das inspeções e gestão de risco".

"A necessidade de renovação é clara", admitem Axel Lehmann e o presidente executivo do banco, Ulrich Koerne, no preâmbulo do relatório.

Afetado pela sua exposição ao fundo de investimentos Archegos e à Greensill Capital, que denotaram graves problemas financeiros, o Credit Suisse viu no ano passado ser levantada liquidez no valor de 123.200 milhões de francos suíços (126.000 milhões de euros), grande parte no quarto trimestre, como reconheceu o banco em fevereiro passado.

A falência do fundo Archegos, ocorreu no final de março de 2021, tendo na ocasião custado pelo menos mais de 10 mil milhões de dólares (8,3 mil milhões de euros) à banca.

O conglomerado financeiro japonês Nomura, por sua vez, registou em março de 2021 perdas extraordinárias de 2,3 mil milhões de dólares nas suas contas do último trimestre do exercício 2020/21, encerrado em 31 de março.

O Nomura, que nunca mencionou o Archegos, optando por falar de "um cliente (norte-americano), tinha estimado, no final de março de 2021, o impacto dos problemas deste em dois mil milhões de dólares. E o "Nomura acrescentou [na altura] esperar um impacto adicional de 570 milhões de dólares no exercício 2021/22".

O conglomerado financeiro japonês é uma das maiores vítimas conhecidas da falência do fundo de investimento nova-iorquino, que geria a fortuna do seu fundador, o multimilionário sul-coreano Bill Hwang.

O Archegos tinha assumido posições extremamente arriscadas, através de intermediários como o Nomura, mas também como o Credit Suisse, o Goldman Sachs ou ainda o Morgan Stanley.

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