Nazaré da Costa Cabral pede prudência e responsabilidade orçamental

A presidente do Conselho das Finanças Públicas defendeu hoje que o atual contexto exige prudência e responsabilidade na gestão orçamental, descartando para já efeitos da turbulência internacional do setor bancário no mercado da dívida.

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© João Silva/ Global Imagens

Lusa
21/03/2023 16:40 ‧ 21/03/2023 por Lusa

Economia

Conselho das Finanças Públicas

Nazaré da Costa Cabral falava na conferência de imprensa de apresentação do relatório sobre as perspetivas económicas e orçamentais 2023-2027, na sede da instituição, em Lisboa.

Quando questionada sobre o impacto da falência do SVB nos Estados Unidos e da crise no Credit Suisse, a responsável do Conselho das Finanças Públicas (CFP) explicou que a instituição ainda não tem indicações de que, no imediato, estes acontecimentos possam afetar as projeções divulgadas hoje, nomeadamente sobre o mercado de dívida, e que "possa criar instabilidade" nas condições de financiamento da economia portuguesa.

Contudo, recordou que não será possível esquecer "a lição de 2008 e 2009" e aquilo que foi a evolução decorrente de uma crise "que começou por ser bancária", mas acabou por se transformar também numa crise de finanças públicas.

"Penso que é o momento para evidenciar a prudência, ideia de responsabilidade de gestão de finanças públicas", disse, justificando que a situação financeira e orçamental de Portugal, "pese embora o esforço que tem sido feito" ainda não é uma situação "completamente tranquilizadora".

Neste sentido, argumenta que é preciso ter foco em que os elevados níveis da dívida não tiram o país "completamente do radar do mercado financeiro".

Sobre os apoios, alertou que "o decisor vai ter de fazer a boa gestão" entre, por um lado ir ao encontro daquilo que são as solicitações de despesa por parte de grupos sociais, como as famílias mais vulneráveis, e por outro lado, a necessidade de garantir a solidez das finanças públicas.

"Qualquer tipo de pressão que possa vir e que possam levar a uma rigidificação da despesa são aspetos que vêm para ficar, para pressionar a despesa", recordou.

O CFP manteve hoje a projeção, num cenário de políticas invariantes, de crescimento da economia portuguesa de 1,2% este ano e aponta para um défice de 0,6%, abaixo da estimativa do Governo de 0,9%.

Questionada pelos jornalistas, disse que nas projeções está a assumir uma taxa de execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) de cerca de 85%.

[Notícia atualizada às 17h47]

Leia Também: CFP revê em baixa défice de 2022 para 0,5% e aponta para 0,6% em 2023

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