"Em relação à vigência do plano de restruturação e, consequentemente, dos Acordos Temporários de Emergência (ATE), há muito que o SNPVAC exige o seu fim. Dissemo-lo no passado, não por capricho ou irresponsabilidade. Sabíamos que, operacionalmente, a TAP estava com níveis de execução muito próximos do ano de 2019. Os 'históricos' resultados hoje [na terça-feira] apresentados dão-nos razão", afirma o sindicato num comunicado enviado aos associados e ao qual a Lusa teve hoje acesso.
Salientando que "estes resultados são, acima de tudo, fruto do esforço dos trabalhadores do grupo TAP", que, "com o seu esforço diário (no trabalho que desempenham) e mensal (com os cortes de vencimento que suportam) contribuem - e muito - para os resultados alcançados pela empresa", o SNPVAC defende que "não podem continuar a ser os únicos sacrificados".
"[Os trabalhadores] Não podem continuar a ser prejudicados nas suas vidas profissionais e familiares, quando a TAP apresenta uma saúde económico-financeira e operacional com esta dimensão. Ou será que querem ir além do plano de restruturação?", questiona.
Enfatizando que os resultados anunciados pela TAP "antecipam, em mais de dois anos, o que seria expectável alcançar em 2025", o SNPVAC reclama que "a gestão e o acionista devem concluir o plano de restruturação e acabar com um ATE que já não faz qualquer sentido".
Neste sentido, o sindicato avança que vai "solicitar uma audiência, com caráter de urgência", aos ministérios das Finanças e das Infraestruturas, "para exigir o fim dos cortes, o fim do congelamento da evolução e carreira profissional e o fim dos Acordos Temporários de Emergência".
A TAP anunciou na terça-feira que obteve um lucro de 65,6 milhões de euros em 2022, regressando aos resultados positivos após prejuízos de 1.600 milhões em 2021 e antes do previsto no plano de reestruturação.
"A TAP encerrou o ano de 2022 com um lucro líquido de 65,6 milhões de euros, um aumento de 1.664,7 milhões de euros em relação ao ano anterior", informou a transportadora aérea em comunicado.
O plano de reestruturação da TAP, aprovado pela Comissão Europeia no final de 2021, previa que a companhia aérea começasse a dar lucro em 2025 e que obtivesse um resultado operacional positivo em 2023, algo que a empresa atingiu no primeiro semestre de 2022.
A companhia aérea regressou assim aos lucros, que tinha registado pela última vez em 2017, altura em que o grupo obteve um resultado positivo que rondou os 21 milhões de euros.
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