No boletim económico de março, divulgado hoje, a instituição liderada por Mário Centeno projeta que o Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) se reduza de 8,1% em 2022 para 5,5% em 2023, caindo para 3,2% em 2024 e para 2,1% em 2025.
Este cenário compara com a inflação esperada em dezembro, de 5,8% este ano e de 3,3% em 2024, assim como com a previsão do executivo de 4% este ano.
O BdP prevê que o IPHC excluindo bens energéticos alcance uma taxa de 6,7% este ano, de 3,2% em 2024 e de 2,4% em 2025.
O supervisor explica que, "nos próximos trimestres, a descida da inflação assentará essencialmente na evolução dos preços dos bens energéticos e alimentares, mas a sua magnitude é incerta".
Salienta ainda que "a moderação no aumento dos preços dos outros bens e serviços será mais lenta, devido a efeitos desfasados dos preços dos bens energéticos, à recuperação das margens de lucro e ao crescimento dos salários".
"A persistência dos aumentos fortes de preços na área do euro, em particular nas componentes com preços menos voláteis, tem alimentado expetativas de uma política monetária mais restritiva ao longo do horizonte de projeção", refere.
O BdP alerta, contudo, que, "não obstante a redução da inflação total, a taxa de variação homóloga dos preços dos bens alimentares continuou a aumentar, situando-se em 19,0% em fevereiro de 2023".
Exemplifica que, por componentes, a variação homóloga dos preços dos bens alimentares não processados situou-se em 21,8% e a dos bens transformados em 17,9%, atingindo máximos em ambos os casos.
[Notícia atualizada às 15h54]
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