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Acionistas do Credit Suisse indignados com "má gestão" da administração

Os acionistas do Credit Suisse manifestaram hoje, na assembleia-geral do banco, a sua indignação com a "má gestão" do grupo financeiro, que foi absorvido pelo banco suíço UBS, depois do acordo firmado em 19 de março deste ano.

Acionistas do Credit Suisse indignados com "má gestão" da administração
Notícias ao Minuto

14:33 - 04/04/23 por Lusa

Economia Credit Suisse

"Sinto que esta instituição me enganou e que o Governo [suíço] não tem comunicado bem", disse o primeiro acionista a falar, realçando também que os gestores do Credit Suisse, banco com 167 anos de história, "descansaram sobre os louros dos últimos 15 anos".

Vincent Kauffmann, o diretor da Fundação Ethos, constituída por fundos de pensão suíços e por outros investidores institucionais, e que é um dos principais acionistas Credit Suisse, disse que "pediram em várias ocasiões para investigar as operações de risco" do banco e os seus "inúmeros escândalos", que em seu entender "arruinaram a sua reputação".

"Temos de garantir que os acionistas sejam compensados, da melhor maneira possível, pelas grandes somas de dinheiro perdidas e que o conselho [de administração] assuma a sua responsabilidade na crise", disse Kauffmann.

Os protestos de alguns acionistas durante a assembleia-geral assumiram diferentes formas, com um acionista a exibir "cascas de nozes vazias" para expressar o valor atual das ações do Credit Suisse, enquanto outro afirmava que os gestores do banco, "na Idade Média, [...) teriam sido crucificados".

"Há 25 anos, com uma ação do Credit Suisse a 80 francos suíços, poderíamos pagar um jantar num bom restaurante, mas agora (que vale menos de um franco suíço) não chega para um croissant", lamentou outro acionista.

O presidente do banco, Axel Lehmann, que abriu a reunião, pediu desculpa por não ter conseguido conter a crise do banco, respondeu, um a um, a todos os acionistas visivelmente agastados, após as suas intervenções.

"Vocês são os culpados disto. Culpados pelos danos causados ao país, pelos danos que continuarão a ser visíveis por algumas décadas", disse Francesco de Giorgio, outro acionista, que se mostrou "envergonhado por este desastre completo", por ser um antigo funcionário do banco e por ser agora um acionista.

Um representante da organização de investidores individuais Actares, descreveu a gestão do banco como um "fiasco", devido aos diversos riscos assumidos nos anos anteriores, que conduziram à sua crise final e à compra pelo UBS para evitar a sua falência.

Nas redondezas do Hallenstadion, em Zurique, onde se realiza a assembleia, também se ouviram protestos, e alguém colocou um barco quebrado numa posição que simulava o seu naufrágio, como símbolo da queda do Credit Suisse (cujo logótipo são as velas do um veleiro).

A assembleia-geral de acionistas também teve espaço para criticas no domínio ambiental, com uma representante de um grupo de acionistas a denunciar que o Credit Suisse investiu num projeto de extração de gás no Texas, nos Estados Unidos, que irá prejudicar o turismo, a pesca, e afetar as "terras sagradas" dos povos nativos.

Leia Também: Credit Suisse. Presidente diz que só havia 2 opções "fusão ou bancarrota"

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