Wall Street fecha em baixa com reação negativa às minutas da Fed
A bolsa nova-iorquina fechou hoje em baixa, depois de divulgadas as minutas da última reunião da Reserva Federal (Fed), e de ter acolhido bem a notícia do arrefecimento do crescimento dos preços nos EUA.
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Economia Wall Street
As atas da reunião do comité da Fed que decide a política monetária (FOMC, na sigla em Inglês) repuseram na mesa a possibilidade de uma recessão da economia norte-americana.
Os resultados definitivos da sessão indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrial, Average cedeu 0,11%, o tecnológico Nasdaq baixou 0,85% e o alargado S&P500 recuou 0,41%.
Wall Street passou metade do dia em terreno positivo, saudando, se bem que de forma prudente, um crescimenro de preços no consumidor de cinco por cento, em termos anuais, em março, melhor do que previsto, depois de seis por cento em fevereiro.
Em todo o caso, o entusiasmo dos investidores foi moderado pelo facto de a inflação subjacente -- que exclui índices voláteis, como alimentação e energia -- permanecer elevada, em 6,5% anuais, e ter subido dos 5m5% do mês anterior.
Se os preços da energia recuaram, o que permitiu à inflação geral se acalmar, os da habitação e dos transportes prosseguiram a sua subida.
"Houve sinais encorajadores (...), mas com uma inflação subjacente que continua elevada, há fortes probabilidades de a Fed continuar a subir a sua taxa de juro de referência, desta vez em mais 25 pontos-base na sua próxima reunião monetária", prevista para 02 e 03 de maio, comentou Paul Ashworth, economista da Capital Economics.
Na segunda metade da sessão, as minutas da última reunião do FOMC, em março, levantou questões e evidenciou divergências de opinião entre os economistas do banco central e o comité monetário deste.
Aqueles estimaram que as recentes dificuldades bancárias poderiam conduzir "a uma ligeira recessão nos EUA".
Mas, apesar destes avisos e do de membros sem direito de voto, inclinados a favor de uma pausa na subida da taxa de juro, o FOMC votou, por unanimidade, uma nova subida da taxa em 25 pontos-base.
"Vai haver dissensão" no FOMC na sua próxima reunião, no início de maio, previu Ryan Sweet, economista-chefe de Oxfordeconomics para os EUA.
"Que dia! Aprendemos tanto!", comentou Edward Moya, analista da Oanda.
"Os investidores não deixaram de ler e reler as minutas, porque nasceram de inquietações que os representantes da Fed se tenham tornado mais nervosos em relação às perspetivas económicas e às consequências dos problemas da banca", sublinhou.
O analista recordou que a partir de sexta-feira vários grandes bancos vão divulgar os seus resultados: "Vão ter de apresentar os seus balanços e se hesitarem em o fazer, é porque h+a mesmo problemas", considerou.
A isto junta-se o facto de a inflação ter permanecido forte em março, o que deve "conduzir a Fed a dizer em breve que vai ter de conservar a taxa elevada mais tempo do que esperam os investidores", adiantou Moya.
"Tudo isto reduziu o apetite dos investidores pelo risco", concluiu.
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