"O que acontecerá é que a partir de o mês de abril, maio (...) a taxa de inflação registará uma evolução significativamente inferior", face ao verificado nestes primeiros meses do ano, disse Fernando Medina, que está hoje a apresentar o Programa de Estabilidade (PE) 2023-2027, em Lisboa.
O PE prevê que a taxa de inflação vai cair para 5,1% este ano, acima dos 4% estimados em outubro, antes de se reduzir para 2,9% em 2024.
O ministro precisou que este valor anual de 5,1% indica que no segundo semestre haverá "meses de inflação inferior a 5,1%", adiantando que este "fenómeno de descida da inflação tem a ver com o que está acontecer nos mercados da energia" e também na componente industrial.
O ministro ressalvou, contudo, que falar de inflação mais baixa não significa descida de preços, mas aumentos mais lentos, sem que tal exclua que em alguns bens se registe mesmo uma "diminuição efetiva de preços".
O cenário macroeconómico do PE para o período 2023-2027, que o executivo português submete à Comissão Europeia e ao parlamento, prevê uma trajetória descendente do Índice Harmonizado de Preços ao Consumidor (IHPC).
No entanto, os 5,1% para este ano significam uma revisão em alta face aos 4% previstos em outubro no Orçamento do Estado para 2023 (OE2023), e comparam com os 5,5% apontados pelo Banco de Portugal (BdP) e os 5,9% pelo Conselho das Finanças Públicas (CFP).
Já entre as principais instituições económicas internacionais, a Comissão Europeia prevê uma taxa de 5,4%, o Fundo Monetário Internacional (FMI) de 5,7% e Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) de 6,6%.
A variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor (IPC) abrandou para 7,4% em março, taxa inferior em 0,8 pontos percentuais à observada no mês anterior e baixando pelo quinto mês consecutivo, segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) no dia 13 de abril.
No Programa de Estabilidade hoje apresentado, o Governo inscreve uma revisão em alta da previsão de crescimento da economia portuguesa deste ano, para 1,8% (face aos 1,3% previstos em outubro), e revê em baixa o défice orçamental, prevendo que se situe em 0,4% este ano, abaixo dos 0,9% inscritos no Orçamento do Estado.
Já quanto ao rácio da dívida pública, o executivo estima que baixe para 107,5% este ano e fique abaixo dos 100% em 2025
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