"A última série de notas de escudo (série dos Descobrimentos) pôde ser trocada até 28 de fevereiro de 2022. Ficaram por trocar notas de escudo desta série correspondentes a cerca de 94 milhões de euros, que se mantiveram na posse do público e que constituíram um proveito extraordinário do Banco de Portugal em 2022, dado que a responsabilidade pelo seu pagamento se extinguiu", lê-se no "Relatório da Emissão Monetária" de 2022 divulgado hoje pelo BdP.
Quando as notas de euro foram introduzidas, em 01 de janeiro de 2002, iniciou-se a recolha das notas da anterior moeda nacional, o escudo. Após dois meses de dupla circulação, as notas de escudo deixaram de poder ser utilizadas e aceites em pagamentos, ou seja, perderam curso legal e poder liberatório.
Até final de maio de 2002, foi recolhido 95% do valor total das notas de escudo em circulação em 31 de dezembro de 2001, mas o público manteve a possibilidade de trocar as notas de escudo ainda não prescritas nas tesourarias do Banco de Portugal, num prazo de 20 anos a contar da data em que foram retiradas de circulação.
Já o limite para a troca de moedas de escudo foi o dia 31de dezembro de 2002.
De acordo com o BdP, "foi evidente que, quanto menor o valor facial das notas de escudo, menor foi a proporção de notas entregues".
"No entanto, o facto de terem ficado tantas notas por trocar também poderá dever-se a outros fatores, como a guarda das notas como recordação, o esquecimento da sua existência ou a destruição por ação humana ou de outros agentes (fogo, químicos, animais, entre outros)", refere.
Leia Também: BdP retirou mais de 10 mil notas contrafeitas de circulação em 2022