De acordo com o relatório estatístico do Comércio Externo do INE cabo-verdiano, este resultado foi agravado pelo aumento nas importações, que cresceram 20,2% em março, em termos homólogos, para 9.342 milhões de escudos (84,9 milhões de euros). Já as exportações cresceram 58,9% no mesmo mês, para 652 milhões de escudos (5,9 milhões de euros), enquanto as reexportações aumentaram 12,1%, para 3.379 milhões de escudos (30,7 milhões de euros).
Com este desempenho, a balança comercial de Cabo Verde voltou a ser negativa em março -- como em todos os meses anteriores -, em 8.690 milhões de escudos (79 milhões de euros), contra o défice de 7.364 milhões de escudos (66,9 milhões de euros) no mesmo mês de 2022.
Cabo Verde importa cerca de 80% dos alimentos que consome, segundo dados anteriores do Governo, devido à seca que afetou o arquipélago nos últimos quatro anos, e a produção de 80% da eletricidade ainda é dependente de centrais a combustíveis fósseis, o que obriga à importação de combustíveis refinados.
Até março, a Europa manteve-se como "o principal cliente de Cabo Verde", absorvendo 98,5% do total das exportações cabo-verdianas, nomeadamente Espanha (74,9%) e Portugal (12,2%), e essencialmente produtos preparados e conservas (65%), segundo o INE.
Nas importações, o continente europeu continua a ser, igualmente, o principal fornecedor de Cabo Verde, com um peso de 68,6% do total, sobretudo a partir de Portugal (41,7%) e Espanha (12,7%), além da Arábia Saudita (6,7%) e da Argentina (6,3%).
As importações de Cabo Verde aumentaram 25,5% em todo o ano 2022, enquanto as exportações diminuíram 3%, relativamente ao ano anterior, divulgou anteriormente o INE.
De acordo com os dados do comércio externo, em 2022 as exportações de Cabo Verde totalizaram 5.016 mil milhões de escudos (45 milhões de euros), correspondendo a um decréscimo de 3,0% face ao período homólogo.
No ano em estudo, a Europa continuou a ser o principal cliente de Cabo Verde, absorvendo 93,8% do total das exportações do país, um ligeiro aumento em relação ano anterior, que foi de 92,1%.
O arquipélago recupera de uma profunda crise económica e financeira, decorrente da forte quebra na procura turística - setor que garante 25% do Produto Interno Bruto (PIB) - desde março de 2020, devido à pandemia de covid-19.
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