No início de abril, a Autoridade da Concorrência (AdC) anunciou a abertura de uma investigação aprofundada à aquisição, por parte da Vodafone Portugal, da Cabonitel, dona da Nowo, considerando que não pode excluir que a operação resulte em "entraves significativos à concorrência".
Luís Lopes, que falava no painel Estado da Nação das Comunicações, no último dia da 32.ª edição do congresso da APDC, em Lisboa, referiu que o negócio quen foi proposto tem um "racional estratégico".
"Acreditamos que é uma oportunidade de acelerar investimentos da Nowo", a qual tem uma "rede de cabo bastante desatualizada", acrescentou.
A AdC recebeu, em 07 de novembro de 2022, a notificação da compra, pela Vodafone Portugal, do controlo exclusivo da Cabonitel, empresa portuguesa controlada pela espanhola MásMóvil Ibercom, que detém a Nowo, a qual tem uma licença 5G.
Reforçou que a Vodafone, que está há 30 anos em Portugal, "tem uma visão de longo prazo".
"A Vodafone nunca disse que queria sair de Portugal", enfatizou, quando questionado sobre o tema, sublinhando que tem uma perspetiva de longo prazo.
A 'tokenização', representação de ativos físicos por digitais, os avanços da inteligência artificial (IA) e o potencial de ganhos da Administração Pública com o digital foram alguns dos temas em debate na 32.ª edição do congresso da APDC.
O evento anual da APDC - Digital Business Community, que voltou a decorrer em formato híbrido entre terça-feira e hoje, tem como tema "The Great Digital Tech Disruptions" e conta com o ex-ministro da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, como presidente deste congresso.
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