"O que eu posso dizer é que o sindicato marcou plenários para 25 e 26 de maio, no seguimento de um abaixo-assinado com cerca de 2.000 assinaturas que nós tínhamos recolhido no ano passado e que entregámos à administração da empresa, para melhorar as condições de trabalho, nomeadamente os ritmos e as cargas de trabalho na linha de montagem", disse hoje à agência Lusa Eduardo Florindo, do SITE Sul.
"Como até agora a administração não nos respondeu nada ao abaixo-assinado, nem apresentou qualquer justificação, decidimos marcar plenários para falar com os trabalhadores", acrescentou o sindicalista, responsabilizando a empresa pelo "aumento do absentismo".
Segundo Eduardo Florindo, esse aumento do absentismo é uma consequência direta dos atuais ritmos de trabalho na fábrica da Volkswagen em Palmela, no distrito de Setúbal.
"As pessoas não aguentam o ritmo de trabalho que a Autoeuropa tem neste momento nas linhas de montagem. Se falta uma pessoa, não há ninguém para a substituir. As pessoas andam completamente exaustas com a situação que estão a atravessar", frisou o sindicalista.
O SITE Sul, em comunicado, sustenta ainda que a sobrecarga de trabalho "está a contribuir para o aumento dos já muitos casos de trabalhadores com doenças profissionais e restrições médicas, derivadas do trabalho a que estão sujeitos diariamente, com ritmos e cargas extenuantes, que levam à exaustão".
No passado dia 05 de maio, a Comissão de Trabalhadores (CT) da Autoeuropa também já tinha alertado a administração da empresa para a sobrecarga de trabalho nas linhas de produção, exigindo a adoção imediata de medidas para fazer face à situação.
"O que se passa na Autoeuropa é que cada vez há mais reduções de pessoal e a produção é cada vez maior. Cada vez fazemos mais carros com menos pessoas. E isso sai do esforço dos trabalhadores", disse na altura o coordenador da CT, Rogério Nogueira.
"A empresa tem índices de produtividade para atingir, mas a CT entende que esses índices de produtividade não podem ser alcançados a qualquer preço, muito menos à custa dos direitos e da saúde dos trabalhadores", advertiu Rogério Nogueira.
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