Os resultados definitivos da sessão indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrial Average contraiu 0,11%, ao passo que o tecnológico Nasdaq ganhou 1,71% e o alargado S&P500 progrediu 0,88%.
A sessão foi animada pela Nvidia, que fechou em alta de 24,37%, depois de as suas previsões ambiciosas para o segundo trimestre terem abalado o mercado.
Especialista das cartas gráficas, processadores tornados indispensáveis na corrida à inteligência artificial (IA), o grupo de Santa Clara antecipa que os investimentos nos centros de dados (data centers) vão atingir milhares de milhões de dólares para responder às novas exigências da IA.
"A Nvidia tornou-se sinónimo de IA", resumiu o analista Rob Enderle, do Grupo Enderle. "Eles são a única empresa que oferece uma solução integral para a IA. Estão bem posicionados, na altura devida", acrescentou.
Em uma única sessão, o grupo, que acaba de festejar 30 anos, ganhou mais de 180 mil milhões de dólares na capitalização bolsista, aproximando-se do bilião, limiar superado por um clube restrito que conta apenas com cinco membros no mundo.
O desempenho da Nvidia levou consigo vários atores relevantes da IA, como AMD (+11,16%), Broadcaom (7,25%) ou a taiwanesa TSMC cotada em Wall Street (+12,00%).
"Isto parece ao que se tem visto desde o início do ano, com cotações apoiadas pela tecnologia e pelo potencial de crescimento da inteligência artificial", comentou Angelo Kourkafas, da Edward Jones. "Para algumas empresas, como a Nvidia, é mais do que uma perspetiva, porque já se traduz na faturação e nos lucros".
A batalha da IA não vai saldar-se apenas com vencedores. Enquanto parte importante das tecnológicas estava em festa, a especialista da informática à distância Snowflake recuou 16,50%, depois de ter comunicado uma redução da procura.
Mas a euforia do setor tecnológico não se transmitiu ao conjunto da bolsa, onde os investidores permanecem crispados com a crise da dívida, que ainda não registou qualquer avanço significativo, quando falta uma semana para uma eventual entrada dos EUA em situação de incumprimento.
Os indicadores do dia confirmaram o vigor da economia dos EUA, longe do travão que o banco central esperava.
O crescimento da economia norte-americana no primeiro trimestre foi revisto em alta para 1,3%, em termos anuais, dos 1,1% anunciados inicialmente, e as inscrições semanais para o subsídio de desemprego ficaram aquém das previsões dos economistas.
"As pressões inflacionistas permanecem, forçando os bancos centrais a interrogar-se sobre possíveis noivas subidas da taxa de juro" de referência, estimou Angelo Kourkafas.
Os analistas atribuem agora uma probabilidade de 50% a uma nova subida da taxa de juro pela Reserva Federal em junho, cenário que afastavam quase totalmente há um mês.
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