O ministro das Finanças, Fernando Medina, considera que há preços de produtos que vão mesmo ficar mais baratos do que eram e deu como exemplo os combustíveis. Afinal, como estão os preços destes produtos? Estão mesmo mais baratos do que antes da guerra? A resposta é sim, mas vamos à análise.
"Há produtos em que os preços vão mesmo cair. Os preços vão ser mais baixos do que eram. Já estamos a sentir isso, nomeadamente na área dos combustíveis. Hoje estão objetivamente com preços mais baixos do que estiveram nas fases mais agudas e críticas. Esta descida da inflação é algo que se vai sentindo desta maneira. As pessoas vão passar a notar menos diferenças nos preços em determinados produtos. No sentido geral, estamos a caminhar para uma taxa de inflação muito diferente das que conhecíamos", disse o ministro das Finanças, na quarta-feira.
Nesse preciso dia, último do mês de maio, o preço médio do gasóleo simples estava nos 1,444 €/litro, enquanto a gasolina simples 95 estava a custar 1,684 €/litro.
Recuando até 31 de janeiro de 2022, ainda antes da guerra na Ucrânia começar, o preço médio do gasóleo simples era de 1,612 €/litro e o da gasolina simples 95 era de 1,758 €/litro.
Com estes preços médios, que "são apurados com base nos preços comunicados pelos postos de combustível" no site Preços dos Combustíveis Online, é possível constatar que os preços do gasóleo estão, realmente, mais baixos do que antes da guerra.
Evolução do preço do gasóleo simples (a azul) e da gasolina simples 95 (a vermelho)© Reprodução do site da DGEG
Analisando o gráfico, em cima, é possível perceber que os preços dos combustíveis atingiram valores máximos em junho e julho do ano passado. A gasolina chegou a custar 2,188 €/litro e o gasóleo também ultrapassou a 'barreira' dos dois euros nessa altura.
Relativamente à desaceleração da inflação em maio - a estimativa rápida do INE aponta para uma variação homóloga do IPC de 4,0% - o governante recordou que "a inflação já está em queda ao longo de vários meses": "Isto reforça a nossa expectativa de que venhamos a ter, em breve, meses com inflação abaixo de 3%" e "é muito importante para as famílias, na medida em que tende a estabilizar as suas perspetivas relativamente ao poder de compra e às decisões que têm que tomar", disse.
"O que estes dados indicam é que estamos a caminho de uma situação bastante mais estabilizada, bastante mais previsível e bastante menos turbulenta, do ponto de vista da evolução dos preços, do que aquela que sentimos ao longo do último ano e isso é da maior importância", enfatizou, acrescentando: "Torna-se hoje mais sólida a perspetiva que tínhamos de termos vários meses ao longo deste ano com inflação abaixo de 3%".
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