"O dinheiro não iria ser devolvido aos portugueses e falava-se de empréstimo. Empréstimo, auxílio de emergência, aquele era o mecanismo, era o modelo. Chama-se empréstimo. Mas nós sabíamos todos. Mas quem é que o negou?", questionou, de forma retórica, o antigo governante na audição de Comissão de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação.
Pedro Nuno Santos acrescentou que na altura da injeção do dinheiro o Governo não tinha "a plena visão do que seria a evolução da pandemia", mas que havia a noção de que "uma parte considerável daquele empréstimo teria de ser convertida em capital".
De acordo com o ex-ministro das Infraestruturas, a companhia aérea portuguesa encontrava-se numa situação "absolutamente desequilibrada" em matéria de capitais próprios e de dívida.
"Tínhamos uma empresa encharcada em dívidas, tínhamos uma empresa com capitais próprios negativos, e obviamente que a consequência normal é que parte desses empréstimos seja utilizado para limpar, como se costuma dizer, o balanço, para reforçar capitais próprios", vincou, em resposta à Iniciativa Liberal (IL).
Nesse sentido, invocou a posição defendida pela IL e pelo secretário de Estado de Estado, Infraestruturas, Transportes e Comunicações aquando da privatização, Sérgio Monteiro, "que era pôr dinheiro no privado com uma garantia pública".
"Porque é que a opção do Governo português não foi um empréstimo com garantia pública a 100%, como tenho ouvido, de forma irresponsável, algumas pessoas aqui defenderem, como se a situação da TAP, na altura da pandemia, fosse a mesma da situação da Lufthansa", concluiu o ex-ministro.
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