Banco do Japão decide por unanimidade manter flexibilização monetária

O Banco do Japão decidiu hoje manter intacta a estratégia de flexibilização monetária, que inclui taxas ultrabaixas, à espera de mais sinais positivos de crescimento económico e desaceleração da inflação.

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Lusa
16/06/2023 06:33 ‧ 16/06/2023 por Lusa

Economia

Japão

A decisão foi tomada por unanimidade na segunda reunião do conselho de política monetária do banco central japonês presidida pelo novo governador, Kazuo Ueda.

O Banco do Japão (BOJ, sigla em inglês) vai manter taxas de juro de referência negativas e o objetivo para os juros das obrigações do Estado a 10 anos em torno de 0%, de acordo com um comunicado divulgado no final da reunião.

O banco central observou que a economia japonesa tem crescido nos últimos trimestres, "apesar de ser afetada por fatores como os altos preços da energia no passado", considerando que as condições financeiras "têm melhorado".

Embora as exportações japonesas e a produção industrial tenham sido afetadas pela desaceleração económica a nível mundial, os indicadores "têm permanecido mais ou menos estáveis, ajudados pela diminuição dos efeitos dos problemas de oferta", disse o BoJ.

O banco central apontou um aumento do investimento das empresas graças aos lucros recentes e uma desaceleração da inflação aliada ao "desaparecimento dos preços mais elevados da energia".

O índice de preços no consumidor do Japão cresceu em média 3,5% nos últimos meses, bem acima da meta de 2% fixada pelo BoJ, pelo que alguns analistas esperavam que o regulador elevasse as taxas para controlar a inflação, seguindo o exemplo de outras grandes economias.

Na quarta-feira, a Reserva Federal dos Estados Unidos manteve a taxa de juro inalterada, mas alertou que poderá voltar às subidas ainda este ano. Na quinta-feira, o Banco Central Europeu elevou novamente a taxa de referência e adiantou que esta não seria a última vez em 2023.

O banco central japonês manteve-se a política, face ao que considerou ser uma inflação transitória que, afirmou, deverá abrandar a partir de setembro.

No entanto, a instituição destacou a incerteza ligada à situação geopolítica e prometeu continuar a acompanhar os desenvolvimentos económicos globais.

"Dada a incerteza extremamente alta em torno das economias e mercados financeiros domésticos e no exterior, o BoJ continuará pacientemente a sua flexibilização monetária enquanto responde com agilidade aos desenvolvimentos na atividade económica e nos preços", indicou, na mesma nota.

Leia Também: Euro sobe pela terceira sessão consecutiva e ultrapassa 1,09 dólares

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