Estado russo assumiu controlo dos ativos da Danone e da Carlsberg
O Estado russo assumiu o controlo dos ativos russos do grupo francês Danone e do grupo dinamarquês Carlsberg, que tinham anunciado a intenção de abandonar o mercado russo após a ofensiva na Ucrânia, segundo um decreto publicado hoje.
© Sputnik / Kremlin via REUTERS
Economia Rússia
De acordo com o decreto assinado por Vladimir Putin e publicado no portal jurídico oficial russo, 98,56% das ações da cervejeira russa Baltika, propriedade da Carlsberg, e dezenas de milhares de ações da Danone foram colocadas "temporariamente" sob o controlo do Estado russo.
Em pormenor, o decreto especifica que 83.292.493.000 ações da "Danone Russia", propriedade do grupo Produits Laitiers Frais Est Europe, foram colocadas sob o controlo do Estado russo, juntamente com 85.000 outras ações pertencentes ao grupo "Danone Trade".
No final de junho, a cervejeira dinamarquesa Carlsberg anunciou que tinha encontrado um comprador anónimo para as suas atividades na Rússia, mais de um ano depois de ter anunciado a sua retirada do país na sequência da invasão russa da Ucrânia.
No final de março de 2022, o grupo anunciou a venda das suas principais atividades na Rússia, onde tem 8.400 empregados e detém a marca russa Baltika desde 2000.
Em meados de outubro, o gigante alimentar francês Danone anunciou a sua intenção de se retirar da maior parte das suas atividades na Rússia.
O grupo, que tinha inicialmente assumido a sua presença na Rússia para satisfazer "as necessidades alimentares essenciais das populações civis", tinha declarado que tencionava ceder o controlo do seu ramo "produtos lácteos e vegetais", conservando apenas o da nutrição infantil.
A multinacional francesa declarou que esta retirada poderia "resultar numa redução de valor até mil milhões de euros" nas suas contas.
A Danone comercializa leite e iogurte na Rússia sob as marcas Danone, Danissimo e Prostokvashino.
Em 2010, o grupo comprou 57,5% da segunda maior empresa russa de produtos lácteos, a Unimilk (21% de quota de mercado e 25 fábricas).
Desde o ataque da Rússia à Ucrânia, em 24 de fevereiro, e as primeiras sanções económicas impostas pelo Ocidente, muitas multinacionais abandonaram a Rússia, enquanto outras suspenderam as suas atividades nos setores petrolífero, automóvel e do luxo.
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