UE vai investir 45 mil milhões na América Latina e Caraíbas até 2027
A Comissão Europeia anunciou hoje um investimento de 45 mil milhões de euros na América Latina e Caraíbas, em 135 projetos como a expansão das telecomunicações e a reflorestação da Amazónia, reforçando a cooperação entre os blocos regionais.
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Economia Comissão Europeia
"Decidimos intensificar a nossa cooperação. Hoje tenho o prazer de lançar a nossa agenda de investimentos para a América Latina e as Caraíbas [...] e propomos trazer mais de 45 mil milhões de euros de investimento europeu de elevada qualidade para a América Latina e as Caraíbas", divulgou a presidente do executivo comunitário, Ursula von der Leyen.
Falando no arranque do fórum empresarial entre a União Europeia (UE) e a região da América Latina e as Caraíbas, no dia em que mais de 50 líderes de ambos os blocos se reúnem em Bruxelas, a responsável precisou estarem já "em preparação mais de 135 projetos, desde o hidrogénio limpo às matérias-primas essenciais, desde a expansão da rede de cabos de dados de alto desempenho à produção das mais avançadas vacinas de ARN mensageiro".
Entre exemplos de projetos está também a cooperação com o governo brasileiro e o setor privado da UE para expandir as redes de telecomunicações na região amazónica e a contribuição para um fundo de apoio à Amazónia e para a iniciativa de reflorestação "Florestas Tropicais do Brasil".
"Só em conjunto poderemos chegar a acordo sobre os setores e as cadeias de valor a que devemos dar prioridade e sobre a melhor forma de impulsionar estes investimentos através de competências, normas e apoio técnico, por isso aproveitemos esta cimeira para definir a agenda de investimentos em benefício dos nossos dois continentes", apelou Ursula von der Leyen.
Horas antes, e após um encontro com o Presidente brasileiro, Lula da Silva, Ursula von der Leyen tinha já anunciado que a UE iria "investir muito" nos países da América Latina e das Caraíbas.
A capital belga, Bruxelas, acolhe hoje e terça-feira a primeira cimeira em oito anos da UE com os países da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), que contará com mais de 50 líderes, entre os quais Lula da Silva e o primeiro-ministro português, António Costa.
Esta que é a terceira cimeira da UE com a CELAC, oito depois da reunião de 2015, vai focar-se no reforço da parceria entre as duas regiões para as preparar para novos desafios, como as consequências da covid-19 e da guerra da Ucrânia causada pela invasão russa, as transições ecológicas e digitais e a retoma da ordem internacional baseada em regras.
O regresso ao poder do Presidente brasileiro, Lula da Silva, com uma posição pró-europeia também faz com que este seja o momento propício para reforçar os laços diplomáticos entre a UE e a CELAC.
Apesar da vontade comum de estreitar laços entre as regiões, a declaração final da cimeira está a causar divergências entre o bloco europeu e latino-americano, após oito rascunhos e de o texto ter passado de 13 páginas para sete na versão mais recente, consultada pela Lusa no domingo.
A causar maior fricção está a referência ao acordo da UE-Mercosul - o Mercado Comum do Sul, formado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai - por haver países que no bloco comunitário (como França e Áustria) contestam essa menção por razões comerciais e ambientais, razão pela qual a declaração final apenas deve salientar o trabalho em curso.
Outro dos pontos divergentes é referente à inclusão de uma menção à guerra da Ucrânia na declaração final, dadas as diferentes posições no bloco latino-americano (nomeadamente por parte do Brasil), estando para já apenas prevista a condenação, em termos gerais, do conflito.
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