FMI recomenda que bancos centrais mantenham postura restritiva
O FMI recomendou hoje que os bancos centrais adotem uma postura restritiva até que haja sinais claros de que a inflação subjacente está numa trajetória descendente e um reforço da supervisão financeira para manter a estabilidade.
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Economia FMI
No relatório sobre a atualização das projeções macroeconómicas, o Fundo Monetário Internacional (FMI) elenca algumas recomendações sobre as prioridades políticas para os países.
"Os bancos centrais em economias com inflação 'core' elevada e persistente devem continuar a sinalizar claramente o compromisso com a redução da inflação", pode ler-se.
Segundo a instituição, "uma postura restritiva -- com taxas reais acima do neutro -- é necessária até que haja sinais claros de que a inflação 'core' está a arrefecer".
O FMI aconselha a um ajustamento da política dependente dos dados e evitar um alívio prematuro antes de que as pressões de preços tenham recuado adequadamente, continuando a usar ferramentas para manter a estabilidade financeira quando necessário.
"Embora a responsabilidade primária pela restauração da estabilidade de preços seja dos bancos centrais, cortes de despesa do governo ou aumentos de impostos legislados com o objetivo de garantir a sustentabilidade da dívida pública podem, ao reduzir a procura agregada e reforçar a credibilidade geral das estratégias de desinflação, aliviar ainda mais a inflação", consideram.
Defende ainda ser necessário reforçar a supervisão, através da implementação de Basileia III e da remoção de medidas de tolerância, e monitorizar os riscos para antecipar novos episódios de stress do setor bancário.
"A intensidade da supervisão deve ser proporcional aos riscos dos bancos e à importância sistémica, e é essencial abordar as lacunas de supervisão no setor financeiro não bancário", argumenta.
Segundo o FMI, "os bancos centrais não estão preparados para lidar com problemas de insolvência, é importante que os governos reconstruam o espaço orçamental caso seja necessário mobilizar recursos reais".
A instituição recomenda ainda um alívio do aperto de financiamento para países em desenvolvimento e de baixo rendimento e de melhoria do lado da oferta e fortalecer a resiliência às alterações climáticas.
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