Sente-se tentado a 'mexer' no PPR? Eis as cinco razões para não o fazer

A DECO Proteste referiu que 2022 "não foi um ano favorável", mas, ainda assim, defende que este plano de poupança deverá ficar intocável.

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Teresa Banha
30/07/2023 11:14 ‧ 30/07/2023 por Teresa Banha

Economia

PPR

O aumento do custo de vida poderá ser uma das razões pelas quais se pode pensar em 'mexer' nos planos de poupança-reforma (PPR), que, tal como nome indica, foram criados para completar a reforma.

Em comunicado enviado ao Notícias ao Minuto, a DECO Proteste explicam que "a subida das taxas de juro, o contexto de guerra na Ucrânia e a consequente pressão inflacionista prejudicaram os mercados financeiros. Por investirem em ações, os fundos PPR foram, inevitavelmente, os mais afetados". 

Mas será esta uma razão para "ir a correr pedir o reembolso"? Apesar de reconhecer que 2022 "não foi um ano favorável", a associação aponta cinco motivos para que os PPR não sejam resgatados.

Quais são?

  • Resgatar agora, efetiva as perdas

"Os PPR são aplicações de longo prazo e, claro, há sempre períodos menos bons; no entanto, são compensados pelos ganhos dos anos de valorização das bolsas", lembra os responsáveis, acrescentando que quem resgatar agora o valor, pode efetivar as perdas. E explicam: "Isto é, o valor das unidades de participação pode ser inferior ao que era na data em que subscreveu o fundo".

  • Mercados começam a recuperar

Apesar da volatilidade dos últimos tempos, a DECO aponta que "o pior da crise energética foi superado na Europa, e da Ásia sopram ventos favoráveis" - e o primeiro semestre já foi "bem mais animador" para os fundos do PRR.

"A prova é que as Escolhas Acertadas da DECO PROTESTE conseguiram recuperar: o BBVA Estratégia Investimento PPR subiu 7,3%; o Alves Ribeiro PPR/OICVM 4,3%; e o GNB PPR/OICVM 1,2 por cento", lê-se.

  • Amortizar o crédito à habitação não baixa assim tanto a prestação

"Desde o final de junho, é possível pedir o resgate antecipado do PPR para amortizar o empréstimo de habitação própria e permanente, bem como os contratos de crédito à construção ou beneficiação de imóveis com a mesma finalidade", lê-se.

Os responsáveis da DECO  explicam que o reembolso tem o limite anual de 12 vezes o IAS (5.765,16 euros), o que
significa que não terá um impacto muito relevante. E exemplificam: "Num empréstimo de 200 mil euros, com um spread de 1,5% e taxa Euribor a 6 meses, a prestação mensal vai baixar 44 euros".

  • Reformas vão diminuir significativamente

Alertando que este plano de poupança fará "provavelmente" muita falta aos portugueses na altura da reforma, a associação lembra que quem se reformar agora recebe 74% do último salário.

"Contudo, de acordo com o último relatório Ageing Report, da Comissão Europeia, esta taxa de substituição vai baixar drasticamente. O valor das reformas, entre 2030 e 2050, deverá cair para cerca de metade. Por isso, a DECO PROTESTE recomenda, a quem tem entre 20 e 40 anos, a iniciar uma poupança de longo prazo o mais cedo possível", aconselham.

  • Benefícios fiscais relevantes

A DECO sublinha ainda que o PPR tem vantagens fiscais "apetecíveis". Primeiro, permitem deduzir, todos os anos, à coleta de IRS, 20% do valor aplicado, com um limite máximo de 400 euros, para quem tem até 35 anos, 350 euros se tiver entre 35 e 50 anos, e 300 euros acima de 50 anos", explicam, sinalizando, no entanto que o benefício fiscal mais significativo é a taxa de imposto aplicada 'à saída'. Isto é, a tributação sobre o rendimento é calculada apenas no momento do resgate e beneficia de uma taxa reduzida, que varia entre 8% e 21,5%, consoante o prazo da aplicação e se resgata de acordo com a legislação ou fora das condições", detalham.

Leia Também: Hoje é notícia: Fraudes no PPR?; Companhias retêm taxas do Estado

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