O aumento do custo de vida poderá ser uma das razões pelas quais se pode pensar em 'mexer' nos planos de poupança-reforma (PPR), que, tal como nome indica, foram criados para completar a reforma.
Em comunicado enviado ao Notícias ao Minuto, a DECO Proteste explicam que "a subida das taxas de juro, o contexto de guerra na Ucrânia e a consequente pressão inflacionista prejudicaram os mercados financeiros. Por investirem em ações, os fundos PPR foram, inevitavelmente, os mais afetados".
Mas será esta uma razão para "ir a correr pedir o reembolso"? Apesar de reconhecer que 2022 "não foi um ano favorável", a associação aponta cinco motivos para que os PPR não sejam resgatados.
Quais são?
- Resgatar agora, efetiva as perdas
"Os PPR são aplicações de longo prazo e, claro, há sempre períodos menos bons; no entanto, são compensados pelos ganhos dos anos de valorização das bolsas", lembra os responsáveis, acrescentando que quem resgatar agora o valor, pode efetivar as perdas. E explicam: "Isto é, o valor das unidades de participação pode ser inferior ao que era na data em que subscreveu o fundo".
- Mercados começam a recuperar
Apesar da volatilidade dos últimos tempos, a DECO aponta que "o pior da crise energética foi superado na Europa, e da Ásia sopram ventos favoráveis" - e o primeiro semestre já foi "bem mais animador" para os fundos do PRR.
"A prova é que as Escolhas Acertadas da DECO PROTESTE conseguiram recuperar: o BBVA Estratégia Investimento PPR subiu 7,3%; o Alves Ribeiro PPR/OICVM 4,3%; e o GNB PPR/OICVM 1,2 por cento", lê-se.
- Amortizar o crédito à habitação não baixa assim tanto a prestação
"Desde o final de junho, é possível pedir o resgate antecipado do PPR para amortizar o empréstimo de habitação própria e permanente, bem como os contratos de crédito à construção ou beneficiação de imóveis com a mesma finalidade", lê-se.
Os responsáveis da DECO explicam que o reembolso tem o limite anual de 12 vezes o IAS (5.765,16 euros), o que
significa que não terá um impacto muito relevante. E exemplificam: "Num empréstimo de 200 mil euros, com um spread de 1,5% e taxa Euribor a 6 meses, a prestação mensal vai baixar 44 euros".
- Reformas vão diminuir significativamente
Alertando que este plano de poupança fará "provavelmente" muita falta aos portugueses na altura da reforma, a associação lembra que quem se reformar agora recebe 74% do último salário.
"Contudo, de acordo com o último relatório Ageing Report, da Comissão Europeia, esta taxa de substituição vai baixar drasticamente. O valor das reformas, entre 2030 e 2050, deverá cair para cerca de metade. Por isso, a DECO PROTESTE recomenda, a quem tem entre 20 e 40 anos, a iniciar uma poupança de longo prazo o mais cedo possível", aconselham.
- Benefícios fiscais relevantes
A DECO sublinha ainda que o PPR tem vantagens fiscais "apetecíveis". Primeiro, permitem deduzir, todos os anos, à coleta de IRS, 20% do valor aplicado, com um limite máximo de 400 euros, para quem tem até 35 anos, 350 euros se tiver entre 35 e 50 anos, e 300 euros acima de 50 anos", explicam, sinalizando, no entanto que o benefício fiscal mais significativo é a taxa de imposto aplicada 'à saída'. Isto é, a tributação sobre o rendimento é calculada apenas no momento do resgate e beneficia de uma taxa reduzida, que varia entre 8% e 21,5%, consoante o prazo da aplicação e se resgata de acordo com a legislação ou fora das condições", detalham.
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