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Análise: Crescimento do PIB português no 2.º trimestre deverá abrandar

A economia portuguesa deve crescer entre 2,3% e 2,6% em termos homólogos no segundo trimestre e entre 0% a 0,3% em cadeia, traduzindo uma forte desaceleração, segundo os economistas consultados pela Lusa.

Análise: Crescimento do PIB português no 2.º trimestre deverá abrandar
Notícias ao Minuto

16:05 - 28/07/23 por Lusa

Economia PIB

O Instituo Nacional de Estatística (INE) divulga esta segunda-feira os dados do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre, depois do aumento de 2,6% nos primeiros três meses do ano face a igual período do ano passado e de 1,6% face ao quarto trimestre do ano passado.

No levantamento feito pela Lusa, as previsões variam num intervalo entre 2,3% e 2,6% em termos homólogos e entre um crescimento nulo e de 0,3% em cadeia, apesar do bom desempenho do turismo.

Em declarações à Lusa, a economista-chefe do BPI, Paula Carvalho, aponta para uma expansão do PIB, no segundo trimestre, de 2,5% em termos homólogos e de 0,2% em cadeia.

"Os principais motores deverão ser repartidos entre exportações, consumo e também investimento", prevê.

A economista salienta que, "efetivamente, os sinais de evolução do turismo mantêm-se todos positivos, permanecendo acima dos valores anteriores à pandemia", enquanto "as restantes exportações, de outros serviços e de bens, também evoluem favoravelmente".

"O consumo privado continua suportado pelo mercado laboral, embora menos pujante do que antes devido ao impacto do atual contexto de juros mais altos e inflação com efeito acumulado. Por exemplo, as vendas a retalho sem combustíveis aumentaram em média 1% em abril-maio em termos homólogo", aponta.

Para Paula Carvalho, o investimento também pode beneficiar da aplicação de fundos do PT2020, mas também do crescimento do turismo, nomeadamente através do reforço das frotas do 'rent-a-car'.

Por seu lado, Márcia Rodrigues, economista do Millennium bcp, em declarações à Lusa, prevê para o segundo trimestre de 2023 um crescimento de 0,1%, "o que representa uma desaceleração muito significativa face ao crescimento de 1,6% observado no trimestre anterior" e, em termos homólogos, um crescimento de 2,4%.

"O menor dinamismo da economia portuguesa no segundo trimestre deverá refletir sobretudo o abrandamento das exportações de bens, num quadro de forte redução da procura externa, em particular oriunda dos países da área do euro, cuja atividade poderá ter contraído pelo terceiro trimestre consecutivo", explica.

Esta sexta-feira, o INE revelou que as exportações de bens diminuíram 5,2% e as importações recuaram 6,2% no segundo trimestre deste ano face ao mesmo período de 2022, registando as primeiras taxas trimestrais homólogas negativas desde 2020 e 2021.

Márcia Rodrigues destaca que, por outro lado, as exportações associadas ao turismo deverão continuar a ter um contributo expressivo para o crescimento do PIB.

Já "o consumo deverá ter-se mantido ligeiramente positivo, condicionado pelo aumento do serviço de dívida das famílias, e o investimento deverá começar a acelerar, impulsionado pela execução dos fundos europeus".

"Em resultado, a procura doméstica deverá ter tido um contributo positivo para o crescimento do PIB em cadeia, enquanto o contributo da procura externa deverá ter sido negativo", prevê.

Paula Carvalho sublinha que existem, ainda que reduzidos, alguns riscos, "nomeadamente pelo facto de o crescimento dos primeiros três meses do ano ter sido anormalmente elevado, podendo causar algum efeito de compensação, por exemplo, via importações ou pela variação de existências".

As projeções do NECEP -- Católica Lisbon Forecasting Lab apontam para uma variação nula em cadeia e um crescimento de 2,3% em termos homólogos.

Por sua vez, o barómetro mensal sobre conjuntura económica realizado pela CIP- Confederação Empresarial de Portugal e pelo ISEG - Instituto Superior de Economia e Gestão prevê que a economia portuguesa tenha crescido 2,6% em termos homólogos e 0,3% em cadeia no segundo trimestre.

A previsão oficial do Governo, inscrita no Programa de Estabilidade, aponta para um crescimento do PIB na totalidade do ano de 1,8%, mas o ministro das Finanças já admitiu que será superior, com a meta a ser revista no Orçamento do Estado para 2024 (OE2024), que será apresentado em outubro.

Leia Também: Crescimento do PIB francês acelera para 0,5% no segundo trimestre

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