BCP e CGD com rácios sólidos no cenário adverso em teste de 'stress'

O BCP e a CGD apresentam rácios de capital sólidos no cenário adverso considerado no teste de 'stress' conduzido pela Autoridade Bancária Europeia (EBA), aplicado a 70 instituições, tendo o banco público apresentado dos melhores resultados a nível europeu.

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Lusa
28/07/2023 20:35 ‧ 28/07/2023 por Lusa

Economia

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A Autoridade Bancária Europeia (EBA) publicou hoje os resultados dos testes de 'stress' efetuados a 70 instituições financeiras da União Europeia e Noruega, que cobrem 75% do setor, em que avalia a resiliência dos bancos num cenário mais adverso de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), de aumento dos preços e de evolução do desemprego num horizonte temporal de 2023 a 2025.

No cenário adverso considerado, a EBA prevê uma queda acumulada do PIB da União Europeia de 6% entre 2023 e 2025 e um aumento da taxa de desemprego de 6,1 pontos percentuais para 12,2% em 2025 e ainda um aumento dos preços de 19,9% para o período 2023-2025 e manutenção de taxas de juro elevadas.

A informação hoje enviada à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) pelo BCP esclarece que o teste de 'stress' de 2023 "não contém um limiar de aprovação/ reprovação, tendo sido projetado para ser usado como uma importante fonte de informação para o processo de análise a avaliação pelo supervisor".

Os resultados obtidos destinam-se a ajudar na avaliação da capacidade do BCP em cumprir os requisitos prudências aplicáveis em cenários adversos.

Da aplicação do cenário adverso ao banco liderado por Miguel Maya observou-se, assim, uma redução de 488 pontos base no rácio de capital CET1 'fully loaded' no final de 2025, face a dezembro de 2022, o que compara com uma redução média de 459 pontos base, considerando os 70 bancos avaliados.

Por sua vez, da aplicação do cenário base resultou um aumento de 256 pontos base no rácio de capital CET1 'fully loaded' no final de 2025, em comparação com dezembro de 2022, face a um aumento médio de 136 pontos base.

"O teste de 'stress' foi realizado na premissa de o balanço de dezembro de 2022 permanecer inalterado e, consequentemente, não tem em consideração estratégias de negócio e ações de gestão futura, não representando uma previsão de lucros do BCP", ressalvou.

As projeções que têm por base o cenário adverso incorporam "um reforço significativo para provisões associadas ao risco legal relativo aos créditos indexados a Franco Suíço no Bank Millennium na Polónia".

Desde o final de 2022, data de referência do teste de 'stress', observou-se um aumento de 150 pontos base no rácio CET1 do banco, que se situa em 14%.

Verificou-se igualmente um reforço das provisões para os créditos indexados ao Franco Suíço em 332 milhões de euros.

No caso da Caixa Geral de Depósitos (CGD), da aplicação de um cenário adverso de quebra do PIB, inflação e taxas de juros elevadas, resultou um rácio de capital Tier 1 de 17,97% no final de 2023, ou seja, uma redução de 76 pontos base em comparação com os 18,73% do final de 2022.

A mesma nota refere que a redução do rácio "compara favoravelmente" com a deterioração de 288 e 497 pontos base, que foi apresentada, respetivamente, em 2021 e 2018.

No teste de esforço da EBA, a Caixa foi o terceiro melhor entre os 70 bancos incluídos, atrás do Bank Polska Kasa Opieki S.A., que recua 22 pontos base, e do Länsförsäkringar Bank AB que no cenário adverso vê o rácio de capital melhorar em 40 pontos bases, que subiria dos 15,4% observados no final de 2022 para 15,8% em 2025.

"O resultado do esforço que tem sido feito na Caixa, designadamente em termos de solidez, rentabilidade, qualidade dos ativos, risco, 'governance' e cultura deixa-a preparada para enfrentar os próximos anos com confiança, o que é fundamental num período tão volátil como o que vemos em termos geoestratégicos", afirmou, citado no mesmo documento, o presidente da Comissão Executiva da CGD, Paulo Macedo.

O responsável do banco público considerou ainda que os diferentes resultados positivos que a CGD apresenta são "fundamentais para assegurar um futuro relevante" para o banco como instituição pública numa economia aberta, "mas também para continuar a contribuir para o desenvolvimento do país".

Leia Também: Há "claramente uma guerra entre bancos" pelos depósitos

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