Atualmente, o rublo está no nível mais baixo face ao euro e ao dólar desde março de 2022.
"A partir de 10 de agosto de 2023 e até ao final de 2023, o Banco Central decidiu deixar de comprar moedas estrangeiras no mercado nacional (...) a fim de reduzir a volatilidade dos mercados financeiros", anunciou o Banco Central da Rússia (BCR) num comunicado divulgado na quarta-feira à noite.
Este anúncio, esperado por vários intervenientes do mercado, marca o abandono pelo BCR da regra orçamental segundo a qual a Rússia compra ou vende divisas estrangeiras, armazenadas no seu Fundo Nacional de Riqueza, para equilibrar o orçamento federal em função das variações das receitas dos hidrocarbonetos.
A medida surge numa altura em que o rublo caiu a pique nas últimas semanas, levando muitos russos a recear a queda do seu nível de vida.
Hoje de manhã eram necessários 107 rublos para trocar um euro e 97 rublos para um dólar, os níveis mais baixos do rublo desde as primeiras semanas após o início da ofensiva russa na Ucrânia.
No entanto, em meados de janeiro, o BCR, que atua em nome do Ministério das Finanças russo, retomou a compra e venda de divisas no mercado de câmbios nacional, depois de quase dez meses de suspensão, marcados por uma série de sanções adotadas em resposta à intervenção militar na Ucrânia.
Até fevereiro de 2022, a Rússia utilizou, sobretudo, dólares e euros para equilibrar o seu orçamento.
Mas Moscovo está agora empenhada numa corrida para 'desdolarizar' a sua economia, de modo a ficar menos dependente de Washington, o seu rival diplomático, e anunciou em janeiro que queria negociar principalmente em yuan, a moeda do seu parceiro chinês.
Qualquer decisão sobre o reinício das operações do BCR "será tomada tendo em conta a situação atual dos mercados financeiros", declarou o organismo que garante a estabilidade financeira do país no comunicado de hoje.
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