Empresários do Faial insatisfeitos com atrasos nos transportes marítimos

Um grupo de empresários do Faial, nos Açores, está insatisfeito com os "sucessivos atrasos" dos operadores de transporte marítimo de mercadorias que fazem escala na ilha e apelam ao Governo Regional para que intervenha, no sentido de "regularizar" a situação.

Notícia

© iStock

Lusa
10/08/2023 13:49 ‧ 10/08/2023 por Lusa

Economia

Açores

"Chegamos a um ponto que achamos que estão a brincar com a gente", afirmou o presidente da Câmara do Comércio e Indústria da Horta, Francisco José Rosa, em declarações à Lusa, lamentando que os operadores marítimos (Transinsular e Mutualista) continuem a atrasar a descarga de mercadoria com destino ao Faial.

Segundo explicou o líder dos empresários locais, os navios dos dois operadores deveriam fazer escala na ilha, por norma, às quartas-feiras, de forma alternada, entre as duas transportadoras, mas a chegada dos navios ao Faial tem ocorrido "quase sempre às quintas-feiras", com a agravante de, nesta semana, estar prevista apenas para sexta-feira.

"Ninguém se pode contentar com isto e ninguém consegue gerir as suas coisas desta forma. Eu não posso ter três empregados parados hoje, à espera de um navio, que só segunda-feira é que será descarregado", adverte João Borges, empresário ligado à construção civil e ao ramo automóvel, em declarações à Lusa.

Na sua opinião, não faz sentido que não haja "previsibilidade" na escala dos navios no Faial, quando os empresários são obrigados a cumprir datas para entrega da mercadoria para o embarque e prazos de pagamento: "Tudo na vida é previsível, menos quando é que chega o navio à Horta. Isso é uma incógnita".

Marco Silva, um dos transitários que opera no Faial, considera que o problema das escalas dos navios na ilha do Faial resulta das obras realizadas no porto de Ponta Delgada, que obrigaram a transferir parte da operação para a Praia da Vitória, na ilha Terceira.

"Desde que foram feitas as obras no porto de Ponta Delgada, e que se optou por um outro itinerário, porque os navios não tinham capacidade de operar todos ao mesmo tempo, e que passaram parte da operação para a Terceira, é que isto começou a acontecer mais sucessivamente", lembrou o empresário.

Humberto Goulart, empresário ligado à panificação, e antigo presidente da Câmara do Comércio da Horta, entende que este problema só se resolve com a intervenção dos membros do Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM), que apela a que se sentem à mesma mesa com os operadores marítimos para discutirem o atual modelo de transporte de mercadorias.

"O senhor presidente do Governo, José Manuel Bolieiro, e a senhora secretária dos Transportes, Berta Cabral, têm de se sentar com os senhores armadores, para saber se querem continuar com este modelo de transportes e afinar isto, de forma a que haja alguma regularidade", apelou o empresário faialense.

O atraso na chegada de mercadorias ao Faial no pico da época alta e em plena Semana do Mar, os maiores festejos da ilha (que decorrem de 6 a 13 de agosto), acaba por ter consequência nas superfícies comerciais, onde já começam a escassear alguns produtos perecíveis, como iogurtes, ovos e até mesmo água.

Leia Também: Quase 15% da ilha do Faial apresenta má cobertura de comunicações

Partilhe a notícia

Produto do ano 2024

Descarregue a nossa App gratuita

Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas