Guiné-Bissau determina redução do preço do arroz a partir de quarta-feira

O Governo da Guiné-Bissau determinou hoje uma redução do preço do arroz que aproxima o custo daquele que é o principal produto alimentar no país de valores anteriores à escalada dos últimos anos.

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Lusa
22/08/2023 23:15 ‧ 22/08/2023 por Lusa

Economia

Arroz

Esta foi a principal medida saída da primeira reunião extraordinária do Conselho de Ministros do novo Governo guineense e que fixa o preço máximo do arroz da espécie trinca 100% partido em 17.500 cfa (26 euros) por saco de 50 quilogramas.

A medida foi anunciada, no final da reunião, pelo primeiro-ministro, Geraldo Martins, que vincou que os novos preços são aplicados "a partir de amanhã (quarta-feira) e traduzem-se e numa redução de "22%", face ao preço atual de 22.500 cfa (34 euros).

O chefe do executivo notou que a medida surge pouco mais de uma semana depois da entrada em vigor do novo Governo da coligação Plataforma da Aliança Inclusiva (PAI) Terra Ranka, liderada pelo Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).

"Esta medida foi adotada em resposta aos gritos das nossas populações que clamam da difícil condição de vida e o Governo quis que, logo neste primeiro Conselho de Ministros saísse esta medida para aliviar o sofrimento das nossas populações", afirmou.

O primeiro-ministro prometeu que "os custos desta medida são perfeitamente suportáveis" para o Governo, que vai "continuar a fazer o acompanhamento para que a situação da insegurança alimentar" no país, principalmente no interior e nas zonas rurais, possa ser aligeirada.

Geraldo Martins indicou que foi criada "uma comissão interministerial que fará o acompanhamento da implementação destas medidas", composta pelos ministros do Interior, do Comércio e da Economia e Finanças.

Disse ainda que esta decisão foi concertada com operadores e representantes dos retalhistas e consumidores.

"Todos foram envolvidos, não é uma decisão unilateral do Governo, é uma decisão que o Governo toma em discussão e em concertação com operadores económicos, importadores de arroz e grossistas, retalhistas, associações de consumidores", concretizou.

A medida satisfaz a Associação de Consumidores de Bens e Serviços da Guiné-Bissau (ACOBES), expressou o secretário-geral, Bambo Sanhá, que falou à Lusa no final da reunião do Conselho de Ministros.

O dirigente antevê possíveis "dificuldades nos primeiros dias" para a efetivação da redução dos preços e, por isso, pede ao Governo e outras instituições que garantam a implementação da medida.

Com a redução anunciada hoje pelo Governo, o custo do arroz para o consumidor final regressa a valores anteriores à escalada dos preços resultado da conjuntura internacional agravada pela pandemia de covid-19 e a guerra na Ucrânia.

O secretário-geral da ACOBES nota que o novo executivo guineense "está a tentar resolver os problemas essenciais, basicamente os de primeira necessidade", mas alerta que há outros produtos a necessitar de atenção, como a farinha que duplicou de preço, passando de 200 CFA (0,30 euros) o quilograma.

"Estamos a sensibilizar o Governo para continuar nessa senda de reduzir o preço de produtos de primeira necessidade. A população está a passar momentos extremamente difíceis, há fome em todo o território nacional,  portanto, acho que essa tarefa do Governo vem ajudar a erradicação da pobreza", considerou.

Leia Também: Subida do preço do arroz sem impacto imediato em Portugal, diz CAP

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