"Não vamos resolver o problema da SATA num ano, nem em dois, nem em três"
O secretário regional das Finanças dos Açores disse hoje que as contas da companhia aérea SATA no segundo trimestre do ano são globalmente "positivas", mas admitiu a necessidade de fazer algumas correções.
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Economia Açores
"Há números mais positivos e números menos positivos. Os que são menos positivos, naturalmente vamos ter de ir corrigindo a prazo. Não vamos resolver o problema da SATA num ano, nem em dois, nem em três. O desastre a que foi conduzida levará muito mais tempo a fazer essa correção, mas teremos naturalmente que corrigir mais rapidamente umas matérias do que outras e é isso que o Governo estará aqui para acompanhar", afirmou o titular da pasta das Finanças nos Açores, Duarte Freitas.
O governante do executivo PSD/CDS-PP/PPM falava, em declarações aos jornalistas, em Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, à margem da inauguração das novas instalações da Rede Integrada de Apoio ao Cidadão (RIAC) e da Rede Integrada de Apoio ao Empresário (RIAE).
Na quinta-feira, o grupo SATA divulgou as contas do segundo trimestre de 2023, que apontavam para um resultado líquido positivo de 2,2 milhões de euros na Azores Airlines, que efetua as ligações entre o arquipélago e o exterior e que está a ser alvo de um processo de privatização.
Já a SATA Air Açores, que assegura as ligações inter-ilhas, teve um resultado negativo de 4,3 milhões, no mesmo período.
No global, o grupo registou, nos primeiros seis meses do ano, uma "melhoria de 16 milhões de euros face ao período homólogo", tendo obtido um resultado operacional antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) positivo de 3,6 milhões de euros.
Para o secretário regional das Finanças, Planeamento e Administração Pública, "as contas globalmente não são negativas, são positivas", mas há "números que preocupam" e "áreas de negócio em que tem de ser aprofundada a análise".
"O Governo cá estará para continuar a acompanhar a gestão global do grupo e para fazer os esforços no sentido de que os resultados globais possam, a prazo, tender para o positivo", frisou.
Duarte Freitas garantiu, no entanto, que não estão em causa acertos de contas do Governo Regional com a empresa detida pela região.
"São prejuízos comerciais. As contas com o Governo estão todas corretas. Inclusivamente há uma verba que ainda ontem [quinta-feira], em Conselho de Governo, aprovámos, por via do aumento do tráfego porque as obrigações de serviço público, que foram definidas, têm um conjunto de oferta e essa oferta, quando cresce, tem de haver uma compensação", adiantou.
Questionado em concreto sobre os resultados da SATA Air Açores, que no primeiro semestre de 2023 registou um resultado líquido negativo de 11,4 milhões de euros, quando no mesmo período em 2022 tinha registado um resultado líquido positivo de 1,6 milhões de euros, o governante justificou-os com o reforço de equipamentos e com os descongelamentos das carreiras.
"Temos mais equipamentos, mais oferta e temos de analisar se a despesa marginal desses equipamentos não é coberta pela receita marginal que esses equipamentos vêm trazer", apontou.
"Por outro lado, também é preciso ver que os cortes que tinha havido nos vencimentos e nas progressões na carreira, no final de 2022, foi decidido serem repostos e isso impacta naturalmente nas contas", acrescentou.
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