O ato de admissão, testemunhado pela ministra das Finanças de Angola, Vera Daves de Sousa, significou, segundo a presidente do conselho de administração da Bodiva, Valentina Filipe, um marco histórico para o mercado de capitais angolano.
A partir de hoje, qualquer investidor poderá comprar e vender as obrigações por via de qualquer intermediário financeiro, membro Bodiva.
Valentina Filipe referiu que a entrada da Sonangol nos mercados regulamentados de valores mobiliários, particularmente no mercado de bolsa de obrigações privadas, "é o resultado da competência que a Bodiva e os demais intervenientes nos mercados de capitais, em particular a Comissão de Mercado de Capitais, na qualidade de regulador e supervisor, têm vindo a demonstrar junto das empresas, convencendo-as das inúmeras vantagens de atuarem como emitentes e investidores".
"A emissão obrigacionista da Sonangol representa uma métrica significativa do desenvolvimento do mercado de capitais angolano e um indicador da relevância do mesmo para o crescimento do nosso setor empresarial público e privado, na medida em que materializa a possibilidade da diversificação das fontes de financiamento", disse.
A responsável destacou, também, o facto de a oferta pública de subscrição ter registado uma procura acima da esperada, "demonstrando assim o interesse das famílias e empresas de cada vez mais diversificarem as suas carteiras de investimento, sendo um provável indicador e resultado do crescente nível de literacia financeiras dos investidores".
A procura pelas 7,5 milhões de obrigações teve um rácio sobre a oferta de 111,94%, com 1.486 investidores, maioritariamente individuais (1.410) e 76 empresas, tendo sido alocada a estas 4,98 milhões de obrigações, num montante de 49,8 mil milhões de kwanzas (55,9 milhões de euros), e 2,5 milhões de obrigações a particulares, num valor de 25,1 mil milhões de kwanzas (28,1 milhões de euros).
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