A CGTP referiu, esta segunda-feira, dia em que se assinala o Dia Internacional da Igualdade Salarial, que ainda há muito a fazer sobre este tema, considerando que a "sua plena concretização está longe da sua efetivação".
"Continua a falar-se muito e a fazer-se pouco pela igualdade remuneratória. Grande parte das mulheres continua a receber o salário mínimo nacional, são fustigadas com a subvalorização do seu trabalho e das suas qualificações e auferem retribuições, prestações sociais e pensões de reforma, mais baixas", pode ler-se num comunicado enviado às redações.
E prossegue: "Apesar da Lei n.º 60/2018, em vigor desde 2019, que aprovou medidas de promoção da igualdade remuneratória entre mulheres e homens, o tempo passa e as trabalhadoras continuam a ser discriminadas. A verdade é que depois de a ACT ter notificado 1.540 empresas para eliminar as diferenças salariais entre homens e mulheres, a situação mantém-se e arrasta-se".
Por isso, a CGTP considera que "mais do que 'sensibilizar' as empresas que persistem em violar a lei, é preciso que o Governo as obrigue a cumprir a lei. É preciso falar menos e fazer mais".
"As mulheres não podem continuar a ser elogiadas na sociedade e discriminadas no trabalho. Não há progresso e igualdade salarial com políticas que promovem as desigualdades e as injustiças sociais", pode ler-se na mesma nota.
A CGTP sublinha ainda que esta é uma "situação ainda mais exigente face ao aumento brutal dos preços dos bens alimentares, da energia e dos combustíveis e de outros serviços essenciais". Além disso, é "agravado com os custos da habitação e das taxas de juro que estão a deixar as famílias numa situação insustentável".
"É inadmissível que as mulheres e os homens trabalhadores continuem a perder poder de compra, num quadro em que os lucros dos bancos e dos grandes grupos económicos continuam a crescer desmesuradamente", pode ler-se na mesma nota.
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